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Problema nº 1
A quatro dias do início do Mundial, seleções sofrem com lesões, dramas,
má fase e falta de experiência ou de talento de seus goleiros
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL À CIDADE DO CABO
Não é de agora que uma
nuvem parece cobrir goleiros
importantes do futebol mundial. A contusão de Júlio César, considerado o melhor do
mundo na posição, é só mais
um sinal de que os donos dos
arcos terão que enfrentar
muito mais que a Jabulani
neste Mundial sul-africano.
A Alemanha foi a seleção
que mais viveu dramas com
arqueiros. A morte de Enke
em 2009 e a contusão de
Adler neste ano diminuíram,
para muita gente, as chances
de título dos tricampeões.
Neuer começará a Copa
como titular, deixando Wiese
como opção. Ambos têm
pouca experiência com a seleção: menos de cinco participações pelo time nacional.
Outros países tradicionais
do futebol não tinham tantas
opções. A Inglaterra chegou
a cogitar naturalizar o espanhol Almunia, que nem é dos
melhores no Inglês.
O veterano David James,
que havia sido aposentado
da seleção por Steve McClaren, foi resgatado por Fabio
Capello e deve ser o titular.
Green, que pintava como o
escolhido, não é confiável,
embora já tenha alcançado o
topo na África -ele escalou o
monte Kilimanjaro em 2008.
Maradona usou mais de
cem jogadores desde que assumiu a Argentina. E também custou a chegar a Romero, tido por temperamental,
como goleiro predileto.
A outrora elogiada "escola
argentina de goleiros" está
devendo, e o arqueiro é um
dos pontos fracos da equipe.
Andújar, que brilhou no Estudiantes, pintava como solução, mas não se fixou.
Lloris entrou para a história da seleção francesa nas
eliminatórias. Não porque
seu time penou para se classificar, mas porque foi expulso, algo então inédito para
um arqueiro dos "Azuis".
Na Holanda, Van der Sar
foi homenageado de vez como grande goleiro da história
da seleção laranja, o que só
aumenta o peso que terá Stekelenburg. Os holandeses
apostam no poder ofensivo
do time, não no arqueiro, que
virou reserva no Ajax.
Outro goleiro que terá que
lidar com pressão e sombra
de antecessor é o português
Eduardo, conhecido pela timidez. Ricardo, goleiro que
defendia pênaltis sem luvas
na era Scolari, é passado.
"Tenho me sentido muito
bem. Estou preparado, tranquilo e confiante. Sonho desde que jogo futebol estar numa Copa", disse Eduardo,
que admitiu ter "ansiedade
pelo primeiro Mundial".
Dois dos melhores goleiros
dos últimos tempos não vêm
bem. Casillas, herói espanhol em 2008 na Eurocopa, e
Buffon, muralha italiana em
2006 na Copa, cometeram falhas raras em suas carreiras,
sofreram críticas e tentam recuperar suas imagens.
Por fim, se Oscar Tabárez
foi buscar uma solução para
o gol uruguaio na quarta tentativa nas eliminatórias
(Muslera levou a melhor sobre o ex-botafoguense Castillo), o japonês Takeshi Okada
tentou, mas não conseguiu
nada melhor que o mediano
veterano Narazaki, 34.
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