Eduardo Knapp/Folha Imagem

Jogadores da seleção brasileira treinam para o segundo amistoso com a Holanda, que será disputado hoje, em Goiânia

ALEXANDRE GIMENEZ
enviado especial a Goiânia

O torcedor deverá assistir hoje, pela última vez no semestre, a seleção brasileira usar em seu sistema ofensivo um esquema tático sem um atleta fixo no setor.
Na partida que será disputada no estádio Serra Dourada, em Goiânia, às 16h, contra a Holanda, o técnico Wanderley Luxemburgo manterá a mesma formação que usou no último sábado, em Salvador -no empate em 2 a 2 com os holandeses-, quando usou um sistema ofensivo com Amoroso, Giovanni e Rivaldo, este último com obrigação de ajudar o meio.
No próximo jogo da equipe, contra a Letônia (dia 25, em Curitiba) e durante a Copa América, o treinador já terá a sua disposição atacantes típicos, como Ronaldinho -recuperando-se de uma contusão- e muito provavelmente Romário -que está disputando as finais do Estadual do Rio.
"Monto o esquema tático da minha equipe em cima dos jogadores que tenho em mãos", disse o treinador. Com essa formação, no sábado, a seleção chutou 16 vezes a gol, segundo levantamento do Datafolha, contra 15 da Holanda.
Segundo Luxemburgo, a seleção sentiu falta de um atacante típico no segundo tempo do jogo contra a Holanda. Depois de terminar a primeira etapa vencendo por 2 a 0, o time acabou cedendo o empate.
"O Ronaldinho fez muita falta no jogo, principalmente nas bolas esticadas. Precisava ter tido um jogador que deixasse a defesa holandesa permanentemente preocupada", disse o treinador.
Contra os holandeses, apenas Amoroso se preocupou em permanecer mais tempo fixo na linha de defensores holandeses.
"Não estamos acostumados a jogar dessa maneira. O atleta fixo no ataque facilita, já que temos um ponto de referência para as jogadas", disse o meia Rivaldo.
"Pelo menos, já temos uma ótima alternativa tática treinada para a Copa América", afirmou Amoroso, que deverá ser o companheiro de Ronaldinho no setor durante o torneio sul-americano.
Durante a série de amistosos contra a Holanda, Luxemburgo teve a oportunidade de comandar seis treinos táticos, número considerado "recorde" pelo treinador. Nos amistosos anteriores da seleção, sob o seu comando, Luxemburgo conseguiu, em média, treinar a equipe por duas vezes.
Luxemburgo não terá muito tempo para preparar a seleção para a sua estréia na Copa América. O técnico terá o grupo completo para a competição apenas no dia 21, nove dias antes da estréia contra a Venezuela. Se treinar em dois períodos até o início do torneio, Luxemburgo terá movimentado o time em 16 ocasiões, opção pouco provável, já que a maioria dos atletas estará em final de temporada.
A convocação para a Copa América será feita no dia 14. No dia seguinte, uma parte dos atletas irá iniciar os treinamentos físicos em Foz de Iguaçu, fronteira com o Paraguai, onde a seleção ficará hospedada durante a competição.
Luxemburgo espera que hoje os jogadores não cometam os mesmos erros de sábado. Segundo o treinador, os atletas não observaram a mudança feita pelo rival no intervalo -com dois atletas do meio-campo jogando como pontas-, permitindo o empate.
"Acho que relaxamos, pois pensamos que o resultado estava garantido", disse o treinador.
Para Rivaldo, a seleção deveria ter recuado um pouco na segunda etapa. "Assim, teríamos congestionado a nossa intermediária, onde eles (os holandeses) gostam mais de tocar a bola. Dessa maneira, também teríamos tido mais oportunidades nos contra-ataques."


Texto Anterior: CBF vai limitar saída ao exterior
Próximo Texto: Treinador faz apelo à torcida
Índice