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Pouca gente e muita polêmica nos estaduais
JUCA KFOURI
Colunista da Folha
Nada de muito novo na face
da terra do futebol. O catadão
do Wanderley acabou sucumbindo diante do conjunto holandês que, além do mais, tem
tantas estrelas quanto o Brasil.
E volta a campo hoje, em horário nobre (na Europa), porque, afinal, é o que interessa.
Amoroso provou, mesmo fora
de sua posição, mais uma vez,
que Zagallo errou gravemente
ao deixá-lo de fora da Copa
passada, e Giovanni mostrou,
exaustivamente, que Zagallo
errou em levá-lo.
Resta saber, também, quanto
tempo mais Rivaldo precisa para se acomodar com a camisa
da seleção. Aldair e Leonardo
já fizeram o que tinham de fazer, e os demais, entrosados,
quem sabe venham a ser úteis
no dia em que o o calendário
permitir que se tenha uma seleção e não um bando.
Nos campeonatos estaduais, o
de sempre, ou quase.
Pouca gente para ver o Santos
derrotar por muito pouco o
misto cansado do Palmeiras.
Titulares contra titulares, o
alviverde deverá chegar à mais
uma final na noite de hoje neste Campeonato Paulista que
não teria jogos às 18h30, e teve
no sábado; que não teria árbitros estrangeiros, e teve no domingo; que não teria jogos às
21h40, e terá amanhã, tudo
sempre de acordo com a palavra empenhada de Farah.
Pouca gente também para a
impiedosa goleada corintiana
sobre o São Paulo numa tarde
de arbitragem confusa e de
afirmação não só da óbvia ascensão alvinegra como da imaturidade tricolor.
Finalmente, pouca gente
também para ver Edmundo
acabar com o Flamengo, embora, no Rio, pouca gente seja um
público de 65 mil pessoas, o que
é gente para chuchu.
E não é à toa que cá estou depreciando os esvaziados estaduais, mesmo nas finais, quando até assumem uma graça.
É que, apesar de adorar uma
polêmica, temo que meu bom, e
admirado, José Geraldo Couto
esteja lendo mais com o fígado
que com a cabeça nesta saudável discussão sobre os estaduais
-debate que ele mesmo reabriu ao se referir ao que considera uma campanha para extingui-los.
Primeiro, quero deixar bem
claro que, infelizmente, ainda
vejo longe o dia em que tomarão a sensata decisão de acabar
com os estaduais e abrir espaço
no calendário nacional. E que,
repito, há mais de 20 anos tenho
a posição que tenho. Então, era
até uma heresia.
Segundo, concordo com Couto
sobre o equívoco da política de
terra arrasada. Não acho que,
necessariamente, o que está errado tenha de ser extinto, a não
ser em casos extremos como o
tráfico de drogas, a corrupção
etc.
Terceiro, lembro que raras vezes me refiro à Copa do Brasil
sem mencionar a imoralidade
dos convites.
Mas volto à tecla de sempre:
uma solução para o Campeonato Paulista não resolve a questão nacional, e a rivalidade
dentro de São Paulo pode ser solucionada num verdadeiro
Campeonato Brasileiro, instituindo-se, por exemplo, uma
contagem de pontos à parte, para os confrontos entre os times
do Estado -que deverão ser
sempre maioria, dada a pujança do interior. Mas o espaço é
curto, e a discussão, longa. Voltaremos ao tema, em respeito a
Couto e aos leitores.
Juca Kfouri escreve às terças, sextas e domingos
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