Portugal, seleção comandada pelo treinador, pega a anfitriã Alemanha na disputa pelo terceiro lugar

Também com um brasileiro no comando, país obteve a posição na Inglaterra, há 40 anos; técnico diz faltarem "detalhes" para renovação

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART

Portugal e Luiz Felipe Scolari completam hoje 50 jogos abraçados, mas o aperto de mão que poderia garantir que a partida contra a Alemanha de hoje, em Stuttgart, não seja a última do treinador com a seleção lusitana ainda não aconteceu. Em jogo, mais que a terceira colocação da Copa, está a chance de sair por cima no Mundial.
Um outro elo forte entre um técnico brasileiro e a seleção de Portugal resultou no terceiro lugar na Copa de 1966, na Inglaterra. Scolari pode no máximo igualar o feito do conterrâneo Oto Glória -sua primeira derrota em Copas, o 1 a 0 para a França na semifinal, impediu que ele levasse os lusos à sua primeira decisão de Mundial.
""Faz sentido do ponto de vista comercial. Para quem toma parte como técnico ou como jogador, é mais um sentimento de sofrimento do que de felicidade", falou Scolari sobre a disputa das 16h (de Brasília).
Sua trajetória em Portugal registra 31 vitórias, 11 empates e apenas sete derrotas (103 gols pró e 32 contra). Foi vice-campeão europeu. Até cair na semifinal em Munique, acumulava invencibilidade de 19 partidas. "É muito difícil motivar os jogadores. Você pensa mais no que você perdeu do que no que você pode ganhar. Se perdermos e ficarmos em quarto lugar, estará bom", declarou.
Logo após o jogo contra a França, o técnico brasileiro mostrava mais animação com o jogo de hoje. ""A Alemanha vai levar vantagem por ter um dia a mais de descanso. Ficar em terceiro lugar em um Mundial é uma ótima condição", dizia ele.
"Estamos improvisando algumas coisas para levantar o espírito dos atletas. Tenho mostrado vídeos de pessoas em Portugal celebrando", falou Scolari, como se isso fosse uma novidade em seu trabalho, como se os jogadores não quisessem sua permanência no cargo por esse lado amigo.
Ontem, o jornal português "Record" apontou que a partida de hoje é a despedida mesmo de Scolari. Na terça-feira, dois dias após a Copa, seria anunciada a saída do treinador.
Isso, porém, é algo que Gilberto Madail, presidente da federação portuguesa, nega com firmeza. Ao contrário, aposta na manutenção do técnico. Scolari, por sua vez, diz que seu contrato vai até o fim do mês e que a tendência é permanecer. "Não há por que sair de Portugal. Faltam uns detalhes."