São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

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Para Luxemburgo, arbitragem deixa o futebol chato

Treinador do Palmeiras reclama de intransigência dos juízes e da falta de condições para trabalhar nos estádios

Sem diálogo com árbitros, técnico reclama de rigor excessivo e fala em ditadura no apito; ex-dirigente da CBF elogia as atuações

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

No jogo de anteontem no Mineirão, Vanderlei Luxemburgo reclamou da marcação do pênalti assinalado contra o Palmeiras que o atleticano Renan acabou não convertendo graças à defesa do goleiro Marcos.
Sempre pronto a encarar discussões à beira do gramado durante as partidas, o comandante palmeirense disse que a arbitragem atual está tornando o futebol muito chato. De acordo com o treinador, Sérgio Corrêa, homem que comanda a arbitragem na CBF, está seguindo os passos de Marcos Marinho, responsável pela comissão de árbitros da FPF e principal alvo de suas críticas na última edição do Campeonato Paulista.
"Alguém tem que chamar a atenção dos juízes. Eles são intransigentes. Hoje ninguém pode falar mais nada. O jogador tem o direito de conversar com juiz e deve conversar. No meu tempo era diferente", disse ele, que já demonstrava descontentamento com o assunto na semana passada.
Chateado com o que considera rigor excessivo, Luxemburgo disse que não vai admitir que seus atletas fiquem visados.
"O Kléber não pode ser perseguido. Ele foi reclamar [na partida contra o Náutico] e recebeu o vermelho. Quando o meu atleta erra, eu dou uma punição", falou o treinador, que levou o problema com a arbitragem a uma esfera maior.
"Reclamam de que a gente não pode ficar na beira do campo. Tem que passar a instrução e voltar. Mas tem estádio que você não tem condição de ver a partida e ficar sentado. No Real Madrid, eu ficava sentado o tempo todo porque não tinha nada atrapalhando a minha visão", reclamou.
Mas, se Luxemburgo coloca a questão da arbitragem atual como problema, Edson Rezende, que comandou a Comissão de Árbitros da CBF de 2005 a 2007, segue outra cartilha.
"Não me recordo de arbitragens tão boas quanto as atuais. A Copa do Brasil não teve nenhum tipo de problema. A meu ver, a parte disciplinar está muito bem", afirmou.
Rezende até concordou com Luxemburgo sobre o fato de que, em alguns estádios, os bancos de reservas são mal localizados, mas isentou os juízes. "Acho que isso deveria ser discutido antes. O juiz não tem que resolver esse problema, mas apitar o jogo", concluiu.
O coronel Marcos Marinho, responsável pela Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol, também não vê maiores problemas na atuação dos árbitros no Brasileiro.
"A arbitragem está boa. Existem erros como em todos os lugares do mundo, mas não vejo nada demais", comentou.
Marinho admitiu que alguns pontos precisam ser discutidos, mas não entrou em confronto com Luxemburgo. "Acho que ele [Luxemburgo] tem razão em algumas coisas. Mas, no geral, o trabalho está bem-feito."



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