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Para Luxemburgo, arbitragem deixa o futebol chato
Treinador do Palmeiras reclama de intransigência dos
juízes e da falta de condições para trabalhar nos estádios
Sem diálogo com árbitros, técnico reclama de rigor excessivo e fala em ditadura no apito; ex-dirigente da CBF elogia as atuações
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
No jogo de anteontem no Mineirão, Vanderlei Luxemburgo
reclamou da marcação do pênalti assinalado contra o Palmeiras que o atleticano Renan
acabou não convertendo graças
à defesa do goleiro Marcos.
Sempre pronto a encarar discussões à beira do gramado durante as partidas, o comandante palmeirense disse que a arbitragem atual está tornando o
futebol muito chato. De acordo
com o treinador, Sérgio Corrêa,
homem que comanda a arbitragem na CBF, está seguindo os
passos de Marcos Marinho,
responsável pela comissão de
árbitros da FPF e principal alvo
de suas críticas na última edição do Campeonato Paulista.
"Alguém tem que chamar a
atenção dos juízes. Eles são intransigentes. Hoje ninguém
pode falar mais nada. O jogador
tem o direito de conversar com
juiz e deve conversar. No meu
tempo era diferente", disse ele,
que já demonstrava descontentamento com o assunto na semana passada.
Chateado com o que considera rigor excessivo, Luxemburgo
disse que não vai admitir que
seus atletas fiquem visados.
"O Kléber não pode ser perseguido. Ele foi reclamar [na
partida contra o Náutico] e recebeu o vermelho. Quando o
meu atleta erra, eu dou uma punição", falou o treinador, que
levou o problema com a arbitragem a uma esfera maior.
"Reclamam de que a gente
não pode ficar na beira do campo. Tem que passar a instrução
e voltar. Mas tem estádio que
você não tem condição de ver a
partida e ficar sentado. No Real
Madrid, eu ficava sentado o
tempo todo porque não tinha
nada atrapalhando a minha visão", reclamou.
Mas, se Luxemburgo coloca a
questão da arbitragem atual como problema, Edson Rezende,
que comandou a Comissão de
Árbitros da CBF de 2005 a
2007, segue outra cartilha.
"Não me recordo de arbitragens tão boas quanto as atuais.
A Copa do Brasil não teve nenhum tipo de problema. A meu
ver, a parte disciplinar está
muito bem", afirmou.
Rezende até concordou com
Luxemburgo sobre o fato de
que, em alguns estádios, os
bancos de reservas são mal localizados, mas isentou os juízes. "Acho que isso deveria ser
discutido antes. O juiz não tem
que resolver esse problema,
mas apitar o jogo", concluiu.
O coronel Marcos Marinho,
responsável pela Comissão de
Arbitragem da Federação Paulista de Futebol, também não
vê maiores problemas na atuação dos árbitros no Brasileiro.
"A arbitragem está boa. Existem erros como em todos os lugares do mundo, mas não vejo
nada demais", comentou.
Marinho admitiu que alguns
pontos precisam ser discutidos,
mas não entrou em confronto
com Luxemburgo. "Acho que
ele [Luxemburgo] tem razão
em algumas coisas. Mas, no geral, o trabalho está bem-feito."
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