São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2010

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Nova era

Espanha derruba a Alemanha e permite à Copa consagrar campeão inédito e tirar do Brasil exclusividade de vencer fora do continente

Eddie Keogh/Reuters
Neuer não evita o gol de Puyol no Moses Mabhida

Alemanha 0

Espanha 1
Puyol, aos 28min do 2º tempo

RODRIGO BUENO
RODRIGO MATTOS

ENVIADOS ESPECIAIS A DURBAN

A primeira Copa do Mundo na África mostrou-se hostil para os campeões mundiais e forjará o oitavo país no clube dos maiorais.
A Espanha eliminou ontem nas semifinais a tricampeã Alemanha e vai decidir o Mundial contra a Holanda, no domingo, em Johannesburgo, uma final inédita.
Os atuais campeões europeus confirmaram o favoritismo de antes da Copa e derrubaram todo o favoritismo que a rival havia conquistado por suas exibições na África.
França e Itália caíram na fase de grupos. A Inglaterra saiu nas oitavas. Argentina e Brasil pararam nas quartas. E Alemanha e Uruguai ficaram nas semifinais e agora lutarão pelo terceiro lugar no sábado, em Port Elizabeth.
Puyol anotou o gol de cabeça que garantiu uma nova ordem no futebol mundial.
É a primeira final da história da Espanha, que havia feito sua melhor campanha em 1950 (quarto). Os espanhóis enfrentarão a nação mais tradicional do futebol sem o título mundial, a Holanda (dois vices). Um dos dois será o primeiro país depois do Brasil a vencer uma Copa fora de seu continente.
A Espanha chega com uma campanha de poucos gols marcados e poucos sofridos -venceu os três jogos no mata-mata por 1 a 0.
Ontem, exibiu seu futebol costumeiro, não o da primeira fase, quando até perdeu na estreia para a Suíça.
A Holanda, com 100% de aproveitamento, terá nova chance em finais. Decidirá contra uma seleção que não é do país-sede ou campeã mundial -perdeu a decisão de 1974 para a Alemanha, na Alemanha, e a de 1978 para a Argentina, na Argentina.
"A Holanda tem bom futebol, já esteve e está perto do título. São duas seleções que vão se enfrentar com ânsia de ser campeã do mundo", disse o treinador da Espanha, Vicente del Bosque.
A Europa voltará a ficar na frente da América do Sul em títulos. Serão dez conquistas do velho continente contra nove dos sul-americanos.
A Espanha iniciou o jogo ontem com seis atletas do Barcelona, sinônimo de bom futebol e que venceu duas ligas europeias nos últimos quatro anos. Del Bosque, que substituiu Luis Aragonés após o título da Eurocopa-08, escalou até Pedro, uma das revelações do clube catalão.
Fernando Torres, autor do gol do título contra a Alemanha há dois anos, só entrou no segundo tempo. O placar de 1 a 0 foi o mesmo da final continental, mas o domínio espanhol foi até maior.
A Alemanha fica pela terceira Copa seguida entre os quatro primeiros, mas sua boa e nova geração volta a falhar na hora mais decisiva.
O G7 da bola pede renovação, e ela virá no domingo.


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