São Paulo, sexta-feira, 08 de agosto de 2008

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Em fuga, Santos chama Chulapa

Após derrota para o Atlético-MG, equipe viaja às pressas para Recife e acerta com auxiliar técnico

Márcio Fernandes, treinador do sub-17, comandará o time principal no domingo, contra o Náutico, e diretoria admite efetivá-lo no cargo


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

RICARDO VIEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Após a derrota em casa para o Atlético-MG (3 a 2), que custou o cargo do técnico Cuca e causou ira nos torcedores, a diretoria do Santos adotou duas medidas. Acertou verbalmente com Serginho Chulapa para ser auxiliar técnico e antecipou a ida da equipe a Recife -marcada inicialmente para a tarde de hoje- com medo de reações violentas da torcida.
O treino, marcado para a tarde, foi realizado de manhã, e o elenco viajou após o almoço para o Nordeste - no domingo, o time enfrentará o Náutico.
Segundo o clube, a decisão de sair de Santos foi para preservar os atletas e para uma "mudança de ares", considerada necessária no atual momento.
A derrota para os mineiros foi o estopim para a fúria da torcida, que vê o time há 14 rodadas na zona da degola. A polícia usou gás de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar os torcedores, que protestavam nos arredores do estádio após o vexame em casa.
Durante a partida, alguns santistas também tentaram invadir camarotes na Vila Belmiro, incluindo o do presidente do clube, Marcelo Teixeira.
A diretoria anunciou o técnico Márcio Fernandes, que treina o time juvenil do Santos, como o substituto interino de Cuca. Fernandes já dirigiu a equipe neste ano. Foi na quarta rodada do Brasileiro-08, no empate sem gols com o São Paulo, quando o técnico Leão havia sido demitido e Cuca ainda não tinha sido contratado.
Chulapa conversou com a diretoria santista por telefone e é esperado em Santos para assinar o contrato. Dependendo dos próximos resultados, Márcio Fernandes deve ser mantido no cargo e fazer com Chulapa uma comissão, como a existente na seleção brasileira com Dunga e Jorginho. Porém os dirigentes já estudam outros nomes, como Gallo e Vadão.
A passagem de Cuca como comandante santista durou pouco mais de dois meses e foi recheada de problemas. Duas semanas após assumir, o treinador já dava sinais de desgaste. "Encontrei mais problemas do que imaginava", dissera.
Cuca demorou nove rodadas para vencer sua primeira partida. Antes do primeiro triunfo, chegou a se demitir -após a derrota para o Figueirense (3 a 0)-, mas foi convencido a ficar.
O técnico também teve dificuldades em encontrar um substituto para o goleiro Fábio Costa, machucado. Felipe e Douglas se alternaram na posição. Tomaram 15 gols em sete jogos e colecionaram falhas.
Embora diga prezar a amizade, Cuca se desentendeu com o volante Roberto Brum e com o meia Molina, que reclamaram por serem substituídos.
Ele também se desentendeu com a diretoria. Enquanto o clube negava a tentativa de reduzir salário de jogadores, Cuca confirmou a versão. O treinador disse ainda que esperava contar com o zagueiro Gustavo, que treina no clube. O presidente do Santos, porém, negou a contratação do jogador.
À Folha, logo após a vitória contra o Internacional, quando o pior momento já parecia ter passado, Cuca falou que ainda "não se sentia em casa" e que não tinha amigos no clube.


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