|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASQUETE
Armadora se destaca na Copa América ao mostrar eficiência em papéis das estrelas Paula e Hortência
Helen assume função múltipla na seleção
LUÍS CURRO
da Reportagem Local
Com a saída de Hortência e, depois da Copa América, de Paula da
seleção feminina, o time busca alternativas à ausência de suas maiores estrelas nos últimos 15 anos.
A situação é similar à enfrentada
pela seleção masculina, que, após a
Olimpíada de Atlanta, se viu órfã
do ala e cestinha Oscar Schmidt, e
busca, por meio do entrosamento,
suprir a falta dele.
Nesta Copa América, disputada
em São Paulo (que classificou o
Brasil para o Mundial de 98, na
Alemanha), no ginásio do Ibirapuera, uma jogadora que nem é
considerada titular pelo técnico
Antonio Carlos Barbosa, 52, está
chamando a atenção pela sua destacada performance.
Perfeita nos arremessos de três
pontos nos dois primeiros jogos
(sete acertos em sete tentativas) e
líder de assistências da equipe
(média de quatro por jogo), a armadora Helen Luz, 24, se encaixa
em uma dupla função.
Substitui Hortência, especialista
em tiros de três pontos, e Paula,
perita em assistências (passes que
deixam a companheira livre para
converter a cesta).
"Gosto de atirar de três. Estou
aperfeiçoando o arremesso, chutando mais rápido", afirma Helen,
que está com a camisa 4, utilizada
anteriormente por Hortência.
Quanto às assistências, Helen diz
que ainda está se aprimorando.
"Nunca posso estar contente."
A armadora tenta se espelhar em
Paula para fazer algumas jogadas
de efeito, como, por exemplo, passar a bola sem olhar.
Ela nega exibicionismo. "O jogo
da brasileira é naturalmente bonito. Então, esse tipo de jogada sai
com naturalidade. Não é nada planejado", afirma.
O técnico Barbosa concorda com
a atleta: "Temos que incentivar isso (o espetáculo). É uma característica iminente do Brasil".
Liderança
Dentro da quadra, Paula é a responsável por liderar a equipe
-não só tecnicamente, mas também psicologicamente, com gritos
de incentivo e de atenção.
"A Paula é uma líder natural.
Nos passa tranquilidade e experiência", diz Helen.
Para ela, a sucessora natural de
Paula para comandar o time é a ala
Janeth Arcain, que está defendendo o Houston Comets na WNBA
(liga profissional feminina norte-americana) e pôde disputar esta
Copa América.
Mas Helen afirma que, se necessário, assumirá o papel de líder e
gritará com suas companheiras.
"Vou tomar essa liberdade."
Ela diz não se importar em, por
enquanto, ser a reserva declarada
de Branca (irmã de Paula) na seleção (leia texto abaixo).
"Respeito a Branca. Se precisar
ficar no banco, fico. Brigo pela posição, mas quero ajudar o grupo."
A jogadora fez parte da seleção
que ganhou o Mundial de 94, na
Austrália, mas, na reserva de Paula, praticamente não jogou.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|