São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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BASQUETE
Armadora se destaca na Copa América ao mostrar eficiência em papéis das estrelas Paula e Hortência
Helen assume função múltipla na seleção

LUÍS CURRO
da Reportagem Local

Com a saída de Hortência e, depois da Copa América, de Paula da seleção feminina, o time busca alternativas à ausência de suas maiores estrelas nos últimos 15 anos.
A situação é similar à enfrentada pela seleção masculina, que, após a Olimpíada de Atlanta, se viu órfã do ala e cestinha Oscar Schmidt, e busca, por meio do entrosamento, suprir a falta dele.
Nesta Copa América, disputada em São Paulo (que classificou o Brasil para o Mundial de 98, na Alemanha), no ginásio do Ibirapuera, uma jogadora que nem é considerada titular pelo técnico Antonio Carlos Barbosa, 52, está chamando a atenção pela sua destacada performance.
Perfeita nos arremessos de três pontos nos dois primeiros jogos (sete acertos em sete tentativas) e líder de assistências da equipe (média de quatro por jogo), a armadora Helen Luz, 24, se encaixa em uma dupla função.
Substitui Hortência, especialista em tiros de três pontos, e Paula, perita em assistências (passes que deixam a companheira livre para converter a cesta).
"Gosto de atirar de três. Estou aperfeiçoando o arremesso, chutando mais rápido", afirma Helen, que está com a camisa 4, utilizada anteriormente por Hortência.
Quanto às assistências, Helen diz que ainda está se aprimorando. "Nunca posso estar contente."
A armadora tenta se espelhar em Paula para fazer algumas jogadas de efeito, como, por exemplo, passar a bola sem olhar.
Ela nega exibicionismo. "O jogo da brasileira é naturalmente bonito. Então, esse tipo de jogada sai com naturalidade. Não é nada planejado", afirma.
O técnico Barbosa concorda com a atleta: "Temos que incentivar isso (o espetáculo). É uma característica iminente do Brasil".
Liderança
Dentro da quadra, Paula é a responsável por liderar a equipe -não só tecnicamente, mas também psicologicamente, com gritos de incentivo e de atenção.
"A Paula é uma líder natural. Nos passa tranquilidade e experiência", diz Helen.
Para ela, a sucessora natural de Paula para comandar o time é a ala Janeth Arcain, que está defendendo o Houston Comets na WNBA (liga profissional feminina norte-americana) e pôde disputar esta Copa América.
Mas Helen afirma que, se necessário, assumirá o papel de líder e gritará com suas companheiras. "Vou tomar essa liberdade."
Ela diz não se importar em, por enquanto, ser a reserva declarada de Branca (irmã de Paula) na seleção (leia texto abaixo).
"Respeito a Branca. Se precisar ficar no banco, fico. Brigo pela posição, mas quero ajudar o grupo."
A jogadora fez parte da seleção que ganhou o Mundial de 94, na Austrália, mas, na reserva de Paula, praticamente não jogou.



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