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São Paulo, segunda-feira, 08 de setembro de 2003

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TÊNIS

Americano de 21 anos arrasa rival na decisão do Aberto dos EUA e é a principal aposta para suceder Sampras e Agassi

Roddick vence em casa e mostra o futuro

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

Em pouco mais de 24 horas, o americano Andy Roddick passou de um extremo a outro no leque de sensações possíveis numa quadra de tênis. Na tarde de sábado, perdia seu jogo por 2 sets a 0 e tinha um match point contra, diante de uma torcida decepcionada. Na noite de ontem, chorava e era aplaudido efusivamente após ganhar o Aberto dos EUA.
Entre os dois momentos, um saque de 226 km/h contra o argentino David Nalbandian -que lhe salvou da derrota e permitiu uma espetacular virada- e uma tranquila vitória na decisão com o espanhol Juan Carlos Ferrero, com parciais de 6/3, 7/6 (7/2) e 6/3.
O título é o primeiro Grand Slam da carreira de Roddick. Simboliza um novo capítulo na renovação do tênis e mostra que ela ocorre em velocidade tal que ultrapassou até mesmo os passos do marketing da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), sempre à caça de novos rostos.
Roddick não era um dos nomes estampados na campanha "New Balls, Please" (novas bolas, por favor), lançada em 2000 para divulgar os jogadores que deveriam brilhar após a saída de cena de Pete Sampras e Andre Agassi.
Muitos dos tenistas que apareceram naqueles anúncios tiveram seus grandes momentos, sobretudo Gustavo Kuerten, campeão da temporada de 2000, e o australiano Lleyton Hewitt, que venceu nos dois anos seguintes.
Só que eles nem saíram de cena e já ganham novos competidores. Além de Roddick, que completou 21 anos na semana retrasada, a geração "pós-New Balls, please" traz como destaques dois argentinos com a mesma idade: Nalbandian (que já foi à final em Wimbledon) e Guillermo Coria (semifinalista em Roland Garros).
A faixa etária das duas gerações é próxima. Hewitt têm 22 anos. Kuerten é um mais velho -depois de amanhã, chega aos 27.
O título de ontem é emblemático para o tênis americano. Foi conquistado na mesma quadra onde Sampras se aposentou há 14 dias. Com Agassi, 33, perto do fim da carreira, Roddick deverá ser a principal estrela do país. "Não quero mais saber de perguntas sobre "como é ser o futuro do tênis americano?'", avisou ele ontem.
"Para vocês que estavam imaginando quando a nova geração dos EUA iria chegar, parem de imaginar. Ela está aqui", afirmou na cerimônia de premiação o presidente da Associação Americana de Tênis, Alan Schwartz.
O desafio agora é outro, ao menos na visão de Jimmy Connors, cinco vezes campeão do Aberto dos EUA. De volta ao mundo do tênis após anos de afastamento, Connors aponta que será preciso consolidar uma nova rivalidade, a exemplo da que ele travou com John McEnroe ou da que houve entre Sampras e Agassi.
"Rivalidades assim criaram o interesse pelo jogo que o fez crescer. São necessárias", disse ele, apontando que um possível nome para fazer espelho a Roddick é James Blake, 23, outro tenista da nova geração americana.



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