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TÊNIS
Americano de 21 anos arrasa rival na decisão do Aberto dos EUA e é a principal aposta para suceder Sampras e Agassi
Roddick vence em casa e mostra o futuro
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
Em pouco mais de 24 horas, o
americano Andy Roddick passou
de um extremo a outro no leque
de sensações possíveis numa quadra de tênis. Na tarde de sábado,
perdia seu jogo por 2 sets a 0 e tinha um match point contra, diante de uma torcida decepcionada.
Na noite de ontem, chorava e era
aplaudido efusivamente após ganhar o Aberto dos EUA.
Entre os dois momentos, um saque de 226 km/h contra o argentino David Nalbandian -que lhe
salvou da derrota e permitiu uma
espetacular virada- e uma tranquila vitória na decisão com o espanhol Juan Carlos Ferrero, com
parciais de 6/3, 7/6 (7/2) e 6/3.
O título é o primeiro Grand
Slam da carreira de Roddick. Simboliza um novo capítulo na renovação do tênis e mostra que ela
ocorre em velocidade tal que ultrapassou até mesmo os passos do
marketing da ATP (Associação
dos Tenistas Profissionais), sempre à caça de novos rostos.
Roddick não era um dos nomes
estampados na campanha "New
Balls, Please" (novas bolas, por favor), lançada em 2000 para divulgar os jogadores que deveriam
brilhar após a saída de cena de Pete Sampras e Andre Agassi.
Muitos dos tenistas que apareceram naqueles anúncios tiveram
seus grandes momentos, sobretudo Gustavo Kuerten, campeão da
temporada de 2000, e o australiano Lleyton Hewitt, que venceu
nos dois anos seguintes.
Só que eles nem saíram de cena
e já ganham novos competidores.
Além de Roddick, que completou
21 anos na semana retrasada, a geração "pós-New Balls, please" traz
como destaques dois argentinos
com a mesma idade: Nalbandian
(que já foi à final em Wimbledon)
e Guillermo Coria (semifinalista
em Roland Garros).
A faixa etária das duas gerações
é próxima. Hewitt têm 22 anos.
Kuerten é um mais velho -depois de amanhã, chega aos 27.
O título de ontem é emblemático para o tênis americano. Foi
conquistado na mesma quadra
onde Sampras se aposentou há 14
dias. Com Agassi, 33, perto do fim
da carreira, Roddick deverá ser a
principal estrela do país. "Não
quero mais saber de perguntas sobre "como é ser o futuro do tênis
americano?'", avisou ele ontem.
"Para vocês que estavam imaginando quando a nova geração
dos EUA iria chegar, parem de
imaginar. Ela está aqui", afirmou
na cerimônia de premiação o presidente da Associação Americana
de Tênis, Alan Schwartz.
O desafio agora é outro, ao menos na visão de Jimmy Connors,
cinco vezes campeão do Aberto
dos EUA. De volta ao mundo do
tênis após anos de afastamento,
Connors aponta que será preciso
consolidar uma nova rivalidade, a
exemplo da que ele travou com
John McEnroe ou da que houve
entre Sampras e Agassi.
"Rivalidades assim criaram o
interesse pelo jogo que o fez crescer. São necessárias", disse ele,
apontando que um possível nome
para fazer espelho a Roddick é James Blake, 23, outro tenista da
nova geração americana.
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