São Paulo, quarta-feira, 08 de setembro de 2004

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TÊNIS

Inquérito apura denúncia da oposição de que CBT não recolheu INSS e FGTS

PF investiga confederação por prática de evasão fiscal

EDUARDO OHATA
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar denúncia de que a Confederação Brasileira de Tênis praticou evasão fiscal -a entidade não teria depositado FGTS e INSS de funcionários e árbitros.
A notícia-crime havia sido enviada ao Ministério Público pela Federação Catarinense de Tênis, que lidera o Movimento Tênis Brasil, cujo objetivo é substituir a atual direção da confederação.
O documento responsabiliza pelos supostos crimes o presidente da CBT, Nelson Nastás, e também o superintendente da entidade, Carlos Alberto Martelotte.
Em março, policiais civis cumpriram mandado de busca e apreensão, recolheram documentos e fizeram cópias de arquivos nos computadores da sede da entidade, em São Paulo.
O inquérito instaurado no 27º DP investiga Nastás, o ex-vice-presidente jurídico e atual advogado da confederação, Antonio Jurado Luque, o contador Theo Ferreira de Carvalho e o presidente da Federação Paulista de Tênis, Raul Cilento, de formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Além disso, em junho, dois ex-funcionários da entidade denunciaram que Nastás e Martelotte estavam utilizando recursos da confederação para o pagamento de contas pessoais, como cartão de crédito e TV a cabo.
A nova denúncia dá conta de que a CBT teria deixado de depositar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço de pelo menos dois funcionários, Adriana da Silva Campos e Gustavo Lima Brod.
Segundo depoimento prestado por Adriana no 27º DP, foram recolhidos impostos apenas durante um período, mas que, no mínimo há um ano, não é feito nenhuma espécie de recolhimento.
Quanto à questão do Instituto Nacional do Seguro Social, foi apontado que ela se refere aos árbitros, pagos mediante assinatura de recibos. A confederação, segundo a denúncia, discrimina o valor do INSS a ser retido pela fonte, porém não repassa tal valor ao órgão, apropriando-se da contribuição previdenciária.
O inquérito na PF conturba ainda mais o tênis brasileiro, que de 24 a 26 deste mês define contra o Peru se segue na segunda divisão ou é rebaixado para a terceira da Copa Davis. De 1997 a 2003, o Brasil figurou no grupo de elite.
A crise da CBT, que ainda não realizou assembléia de prestação das contas de 2003, tem reflexo direto na quadra, já que os principais jogadores do país, liderados por Gustavo Kuerten, decidiram boicotar a Davis enquanto Nastás seguir no comando da CBT.
O atual presidente, que tem mandato até dezembro, chegou a anunciar que anteciparia a eleição em duas oportunidades, para maio e julho, em uma tentativa de evitar o boicote na competição, mas não cumpriu o que disse.


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