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Schumacher inicia busca por uma virada histórica
Apesar de estarem em casa, ferraristas têm final de semana tenso pela frente
Pelo octa, alemão tenta, a partir do GP da Itália, repetir feito que a F-1 presenciou apenas em três ocasiões em seus 56 anos de existência
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MONZA
É como se a Ferrari não estivesse em casa, a 200 km de sua
fábrica e cercada pelos tifosi. É
como se o campeonato estivesse perdido. Ou próximo disso.
Porque o ambiente nos caminhões e motorhomes da equipe
em Monza é tenso. Ao menos
foi assim ontem, véspera dos
primeiros treinos do GP da Itália, 15ª etapa do Mundial.
Não faltaram motivos para
isso, assim como sobram os que
apontam para o recrudescimento do cenário até domingo.
Há o entra-e-sai de jornalistas ávidos por alguma novidade
sobre o futuro de Michael
Schumacher -o anúncio foi
prometido para depois da prova. Há as acusações feitas pela
Renault contra as "calotas" dos
carros vermelhos. Há a responsabilidade de correr em casa. E
há o histórico dos 56 campeonatos anteriores, que classificam de "zebra" uma virada.
Faltando quatro etapas para
o fim da temporada, Schumacher é o vice-líder do Mundial
de Pilotos, 12 pontos atrás de
Fernando Alonso, da Renault.
Em 56 anos, a F-1 assistiu a
apenas três viradas desse porte.
E todas tiveram elementos raros para se concretizarem.
Faz tanto tempo que algo assim não acontece que o último
protagonista de uma virada hoje é pai de piloto: Keke Rosberg.
Em 1982, faltando também
quatro GPs para o fim, ele estava 12 pontos atrás do líder, Didier Pironi, da Ferrari. Pior: entre ele e o francês ainda havia
John Watson, da McLaren.
Mas Rosberg contou com a
má sorte dos rivais. Um forte
acidente em Hockenheim esmagou as pernas de Pironi, que
não viajou para as últimas quatro etapas e nunca mais voltou
à F-1. Já Watson conseguiu a
"façanha" de só pontuar em
metade das provas. "Rei da regularidade", o finlandês tornou-se campeão com só uma
vitória no ano, um feito único.
A virada anterior também teve doses de tragédia. Em 1976,
James Hunt, da McLaren, tinha 14 pontos a menos que o líder, Niki Lauda, da Ferrari. O
austríaco, porém, não corria
havia dois GPs, recuperando-se
de acidente que quase o matou.
Lauda voltou ao cockpit de
forma heróica em Monza, a
quatro etapas do fim do Mundial. Mas, ainda com dores, não
foi páreo para Hunt, que, ajudado pelo lobby das equipes inglesas, venceu duas e fechou o ano
um ponto à sua frente.
A primeira vez que a F-1 assistiu a uma virada assim foi em
1964. Em quatro provas, John
Surtees saltou de terceiro na tabela, a 13 pontos de Graham
Hill, para conquistar o título.
Na prova final, contou com
uma batida do adversário.
Questionado ontem sobre a
chance de uma quarta virada
histórica, Schumacher foi claro: "Eu preferiria estar na posição dele, claro. E é óbvio que
existe um certo grau de tensão
aqui. Doze pontos é uma grande diferença, mas que pode cair
dependendo do que ocorrer".
No discurso, convenceu pouca gente na confusa entrevista
no tenso motorhome ferrarista. No braço, começa hoje a tentar, outra vez, a história.
Treinos livres para o GP da Itália
Sportv, ao vivo, às 6h e às 9h
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