São Paulo, Sexta-feira, 08 de Outubro de 1999
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GINÁSTICA ARTÍSTICA

Até hoje, país nunca levou mais de um ginasta

Brasil inicia disputa por mais de uma vaga em Sydney-2000

da Reportagem Local

A solidão persegue as ginastas brasileiras em Olimpíadas. Nas cinco oportunidades em que esteve representado, o Brasil só conseguiu emplacar um atleta.
Quebrar essa escrita é a meta da equipe (seis atletas) brasileira que na madrugada de amanhã estréia no 34º Mundial de ginástica artística, em Tianjin, na China.
Trinta e nove países participam da disputa por equipes feminina, no primeiro dia do campeonato.
O sexteto nacional é praticamente o mesmo que foi bronze no Pan (Daiane dos Santos, 17, Danielle Hypólito, 15, Heine Araújo, 15, Marília Gomes, 17, e Camila Comin, 16). Contundida, Patrícia Aoki deu lugar a Stéfani Salani.
Pelas regras da FIG (Federação Internacional de Ginástica), as 12 equipes mais bem colocadas vão para Sydney-2000 e, automaticamente, asseguram vaga nos Jogos nas provas individuais.
"Quando nós chegamos, pensávamos que tínhamos nível para entrar nesse grupo. Hoje, sei que é impossível", disse Vicélia Florenzano, presidente da Confederação Brasileira de Ginástica.
Florenzano afirmou ter chegado à essa conclusão há dois dias, quando ocorreu o chamado "treino de pódio", com todas as rivais, no local de competição. "Temos um bom time, mas Romênia, Rússia, esses países tradicionais, têm ginastas maravilhosas."
Mesmo obter vagas em Sydney para duas atletas -concedidas aos países que ficarem entre 13º e 18º lugares na prova por equipes- é um plano ambicioso.
"Se o Mundial fosse hoje (ontem ), terminaríamos em 22º. Não é um chute. Foi essa a avaliação feita pelas duas arbitras brasileiras que são do quadro da FIG", disse Florenzano. "Para conseguirmos as duas vagas, o primeiro passo é não errar. Depois, a gente conta com os erros dos outros."
"A rotina tem de ser limpa, a gente tem de acertar", faz coro o técnico Ricardo Pereira, que divide o comando do feminino com a ucraniana Irina Ilyashenko e a bielo-russa Valéria Lakerbai.
Na competição por equipes do Mundial, os atletas cumprem rotinas em quatro aparelhos, para a disputa feminina, e em seis, para a masculina.
O ginasta pode ser indicado para atuar só em suas especialidades -Daiane dos Santos, por exemplo, tem melhor desempenho no solo e no salto sobre o cavalo. Mas se fizer isso, não consegue pontos para disputar o título individual.
No masculino, por conta de um índice mínimo estabelecido pela própria confederação brasileira, apenas três atletas estão no Mundial: Mosiah Rodrigues, Kléber Sato e Charley Malrwschik.
Com isso, estão eliminados de antemão da disputa por equipes. Eles se apresentarão junto com os outros times, mas terão notas computadas somente para a competição individual.
Ainda assim, no masculino, o Brasil pode chegar à Olimpíada -como nas últimas cinco edições. Tentaria uma vaga que leva em conta a performance individual em torneios continentais -neste caso, a do Pan deste ano.


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