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VÔLEI
Zé Roberto, campeão olímpico em 1992, e Bernardinho, em 2004, medem forças em confronto no ginásio do Ibirapuera
Donos do ouro trocam armas em 1º duelo
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de uma década de mudanças de regras e evolução do esporte separam os feitos de José Roberto Guimarães e Bernardinho.
Mas a comparação é irresistível.
Os dois estarão hoje frente a
frente pela primeira vez como técnicos campeões olímpicos de vôlei. São os únicos do país.
Sob suas batutas, às 16h, no ginásio do Ibirapuera, aparecem os
favoritos ao título da Superliga, o
bicampeão Osasco e o Rexona,
que foi para o Rio e conta com
Fernanda Venturini e Leila. Times de mulheres, que lhes deram
algumas glórias. A principal delas,
porém, foi obtida com homens.
Além de se enfrentarem pela
primeira vez desde 1998 como
técnicos, eles terão pela frente algumas de suas "criações".
Érika, 24, é hoje uma das mais
importantes atacantes do país.
Nunca jogou contra seu ex-técnico, amigo e descobridor. Foi pelas
mãos de Bernardinho que ela despontou aos 16 anos. "Ele tem
meio uma relação de pai. Me ensinou a cuidar do dinheiro, da privacidade. Mas na quadra, agora,
ele é inimigo", brinca a ponta.
Érika conhece bem diferenças e
semelhanças dos técnicos. "O
Bernardinho é explosivo. O Zé
Roberto não grita, mas às vezes o
que ele fala baixinho é bem pior."
Se Zé Roberto, 50, usa conversas
ao pé do ouvido, Bernardinho, 45,
apesar da fama difundida, exige
adaptação. Hoje, na Salonpas
Cup, que vai até domingo, ele comandará Jaqueline, 20. É o primeiro torneio da dupla.
Em 2003, no Osasco, Jaqueline
sofreu grave lesão no joelho. Na
época, encontrou apoio em Zé
Roberto para não desistir. Ela era
apontada como a grande promessa do vôlei. Em 2001, foi eleita a
melhor do Mundial juvenil.
"O que mais vou guardar desse
período é nossa amizade", diz.
Sobre o novo treinador, até agora, elogios. "O Bernardinho é agitado, grita o tempo todo, mas é
um técnico maravilhoso. Quer
unir o grupo, puxar pra cima..."
Na primeira e única vez em que
viram Bernardinho e Zé Roberto
medirem forças como técnicos,
Jaqueline ainda engatinhava no
vôlei, e Érika aparecia no Rexona.
Em 1997/98, o time de Curitiba
ganhou a Superliga. No Barueri,
Zé Roberto foi quinto. Antes, os
dois só haviam se encontrado como atletas. Eram levantadores.
O caminho que os pôs no banco
também guarda semelhanças. O
primeiro passo foi dado sob a supervisão de Bebeto de Freitas.
Em 1988, Bernardinho tornou-se auxiliar na seleção masculina e
foi para os Jogos de Seul.
Na temporada seguinte, enquanto Bernardinho ia para Itália,
Zé Roberto unia-se a Bebeto.
A experiência pesou dois anos
depois. Zé Roberto foi escolhido
para assumir o time de Barcelona-92. Foi ouro. Ficou na seleção até
1996 -em sua última Olimpíada
com os homens, Bernardinho iniciava a era com as mulheres.
Desde então, as regras mudaram, a vantagem acabou (qualquer bola vale ponto), foi criado o
líbero, e o esporte se transformou
-atletas superam os 2 m.
Após o bronze em Atlanta, Bernardinho repetiu a dose em
Sydney-2000 antes de sair e formar o time campeão em Atenas
no último dia 29 de agosto.
Hoje, sob a mesma regra, vê pela frente o único outro campeão
olímpico. Para ver quem leva a
melhor no primeiro encontro.
NA TV - ESPN Brasil, ao vivo, a
partir das 16h
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