DA REPORTAGEM LOCAL

O maior trunfo de Affonso della Monica para legitimar sua permanência na presidência do Palmeiras é a conquista do Campeonato Brasileiro.
O presidente avalia que o sucesso em campo deve calar os críticos de sua proposta para estender seu mandato de janeiro para outubro de 2009.
Se ganhar o Brasileiro, Della Monica acredita que seu projeto, avaliado pela oposição como um "golpe", será aceito politicamente por todas as correntes do clube.
No Palmeiras, a continuidade de Della Monica é dada como certa, tendo o time sucesso ou não no Brasileiro. A proposta será votada pelo conselho no próximo dia 27, uma semana depois do clássico com o São Paulo, considerado jogo fundamental para a conquista do título.
Para aprová-la, é necessário o apoio de ao menos 145 conselheiros (metade mais um) do órgão. Se passar, a discussão será encaminhada à Assembléia Geral de associados.
A preocupação em tornar simpática sua proposta pelo futebol fez até a FPF entrar na discussão.
Conselheiros do clube dizem que o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, que é favorável à continuidade de Della Monica, já assegurou que o time não será prejudicado pelas arbitragens nas partidas finais do Nacional.
A conquista do Brasileiro dará um peso grande à atual administração. O título do Paulista, neste ano, deu certa tranqüilidade à diretoria, mas a perda da Copa do Brasil a colocou novamente sob pressão.
Os conselheiros palmeirenses argumentam que Della Monica já gastou muito dinheiro com o futebol desde 2006, endividou o clube e isso só seria compensado com o triunfo em um grande torneio.
Na discussão do presidente com o grupo "Muda Palmeiras", que controla o futebol, para apoiar a extensão do mandato, os dois lados deixaram claro que o time não poderia ser arranhado com disputas.
"É uma preocupação minha, mas não entra, e nem vai entrar, no CT. Mas acho até que o clube vive bom momento político", disse Toninho Cecílio, o gerente de futebol.
O uso político do futebol, porém, já norteia o discurso do presidente palmeirense. Na semana passada, ele declarou à Folha que o técnico Vanderlei Luxemburgo pediu sua permanência no cargo por mais tempo. (EAR)

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