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BOXE
O vencedor leva tudo
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor de lutas Cedric
Kushner apresenta no próximo dia 30 um torneio de pesos-pesados com formato intrigante.
A competição reúne em um torneio eliminatório, com todos os
combates realizados em somente
uma noite, oito lutadores, entre
jovens promessas, veteranos e até
um ex-campeão, segundo informações encaminhadas pela CKP,
a empresa de Kushner.
Qual a motivação? US$ 100 mil
para o vencedor da programação
cujo slogan promocional é "Fistfull of Dollars". Por cada luta, os
lutadores receberão US$ 5.000.
Cada luta tem três assaltos.
A programação promete ser divertida, porém é mais indicada
para quem procura entretenimento do que esporte mesmo.
Os oito participantes não são
medíocres, mas neste grupo tampouco há estrelas atuais: o ex-campeão Tim Witherspoon (51
vitórias, 11 derrotas e 1 empate); o
invicto Gerald Nobles (20 vitórias); o medalhista olímpico Paolo Vidoz (11 vitórias e 1 derrota); o
pegador Jeremy Williams (34 vitórias e 2 derrotas); as decepções
Maurice Harris (19 vitórias, 12
derrotas e 2 empates) e Derrick
Jefferson (26 vitórias e 3 derrotas);
Ray Austin (17 vitórias, 3 derrotas
e 1 empate) e Anthony Thompson
(17 vitórias e 1 derrota).
A falta de destaques é justificável. Afinal, que tipo de empresário, em sã consciência, permitiria
que uma promessa ou atração arriscasse seu cartel em um evento
como esse, onde em uma mesma
noite há três chances de seu lutador ser derrotado? Não, o espectador que comprar o evento não verá Lennox Lewis, John Ruiz,
Evander Holyfield, Chris Byrd,
Wladimir e Vitali Klitschko etc.
O torneio será composto de três
estágios: quatro quartas-de-final,
duas semifinais e uma decisão.
Kushner afirma que ""o formato
deste evento único na história do
boxe agradará aos espectadores".
Mas... será mesmo?
Um precedente neste tipo de
competição, o "People's Choice
World Heavyweight Superfights",
disputado em 1994 e que foi exibido no Brasil, no entanto, mostra
que Kushner está equivocado em
sua primeira afirmação e, possivelmente, na segunda também.
Naquela oportunidade, competiram 16 pesos-pesados. Era necessário vencer quatro combates
de três assaltos para ser campeão.
Era oferecido um bônus para
quem registrasse nocaute.
Alguns dos "nomes" anunciados e seus respectivos slogans:
Tyrell Biggs e Henry Tillman
(campeões olímpicos), Joe Savage
(campeão de briga de rua), Daniel Dancuta (campeão romeno),
Bert Cooper (pesado ranqueado),
Jose Ribalta (ex-campeão cubano), Michael Dokes, "Quebra-Ossos" Smith, Tony "TNT" Tubbs
(ex-campeões) e mais um pugilista selecionado pelo público por
meio do sistema 0800).
Nem todos participaram.
O motivo foi a revelação de que
o prêmio, inicialmente anunciado como sendo de US$ 1 milhão,
era na verdade de US$ 100 mil.
O vencedor foi Tubbs, um pugilista mais conhecido pela técnica
e rapidez do que pela pegada
(lembre-se dele contra Tyson).
E essa foi mesmo, em sua maior
parte, a tônica da competição,
que beneficiou mais os lutadores
habilidosos do que os brigadores
(ou os pegadores brutais).
Mas, de toda maneira, com oito
estilos distintos na competição, é
praticamente garantido que haverá no torneio do dia 30 pugilistas que agradem a todos os gostos.
Popó 1
Popó é citado em várias seções da última edição da tradicional
"The Ring". Na "Camera Clicks", o redator aproveita a legenda de
foto de Popó socando uma bola para alfinetá-lo: "Podemos não ser
experts em futebol, mas não é proibido usar as mãos? Acelino Freitas, que, infelizmente, está usando suas mãos cada vez menos e
seus pés cada vez mais dentro do ringue, comemorou a conquista
da Copa por seu país desferindo um upper em uma bola".
Popó 2
No artigo "Superestimados e subestimados", o autor afirma que
Joel Casamayor é superestimado como pugilista e questiona o fato
de o cubano ter optado por "brigar", e não ""boxear", com Popó.
Popó 3
E, finalmente, na seção "Ringside Reports", há o resumo da defesa
de cinturões de Popó contra o nigeriano Daniel Attah.
E-mail eohata@folhasp.com.br
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