MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o Palmeiras pegou a contramão de sua tradição ao sofrer o descenso no Brasileiro, pelo menos uma coisa continua a mesma: o time tem ótimo desempenho entre os paulistas. Hoje, às 21h40, a equipe tenta novamente manter essa máxima, contra o Marília.
O sucesso do Palmeiras no Estado de São Paulo, corroborado por seus 21 títulos paulistas, continua na segunda divisão. Na Série B, em cinco jogos, o time da capital não perdeu nem sequer um ponto contra times de São Paulo. Aproveitamento de 100%, muito superior aos 65,4% da equipe contra rivais de outros Estados.
Nos últimos dez confrontos contra clubes do interior paulista -todos em 2003-, o retrospecto palmeirense também é amplamente favorável: foram sete vitórias, dois empates e uma derrota.
"Os resultados podem até ser bons, mas o jogo vai ser difícil. Não é porque no interior tem um monte de palmeirenses que vai ser simples assim vencer lá", disse o goleiro Marcos. "Pelo contrário, vai ser uma pedreira."
Além disso, o jogo tem um tempero a mais: o Marília pode ser o único time a separar o Palmeiras da primeira divisão, já que os dois times se enfrentam duas vezes seguidas na competição -hoje e no próximo sábado. Se vencer os dois jogos do "mata-mata" contra o time do interior, o Palmeiras terá apenas de torcer por um empate entre Sport e Botafogo para comemorar o acesso.
"Se conseguirmos essas duas vitórias contra o Marília, praticamente definimos a classificação. O sonho está muito próximo", constatou o meia Magrão.
Prevendo dificuldade no jogo e sem vencer há cinco jogos -desde o dia 17 de outubro, contra o Náutico-, o técnico do Marília, Luiz Carlos Ferreira, tentou motivar sua torcida declarando que garante a vitória. Jair Picerni utilizou o discurso do rival como motivação para seus atletas.
"Se o técnico deles fala, é porque tem confiança. Mas jogador nenhum disse isso. Quem está de fora fala o que quer", afirmou Marcos. "Nós usaremos isso como motivação, pode acreditar", declarou o volante Marcinho.
Já Magrão, que trabalhou com Ferreira no São Caetano, preferiu amenizar o discurso. "Não me surpreende que ele tenha dito isso, é o estilo dele. Mas não acredito que ele esteja menosprezando o Palmeiras", disse. "A pressão vai ser grande, e eles também tem condições de vencer a gente."
Apesar de o Marília ainda não ter vencido no campeonato nenhum de seus rivais do quadrangular, os jogadores se preocupam com a pressão da torcida do rival e com as condições do estádio.
"O Sérgio [goleiro reserva], que jogou a primeira partida contra o Marília [em setembro], me disse que o campo é duro e esburacado e que a iluminação ruim deixa o campo escuro", afirmou Marcos.
"A pressão é ruim, mas estou preparado. É sempre bom estar em um jogo assim", disse Correa, que entra no lugar do meia Élson, suspenso pelo terceiro amarelo.
Nesta noite, Jair Picerni terá a volta de Diego Souza, que cumpriu suspensão contra o Sport. No Marília, Luiz Carlos Martins deve definir a escalação apenas minutos antes do início da partida.