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São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2003

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AUTOMOBILISMO

Para Ministério Público Estadual, contrato da corrida traz prejuízo à cidade; prefeitura prepara recurso

Liminar suspende GP Brasil de F-1 em SP

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O GP Brasil de 2004 está paralisado desde terça-feira. O juiz João André de Vicenzo, da 12ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, concedeu liminar em uma ação movida pela Promotoria de Justiça da Cidadania da capital que questiona o contrato da prefeitura com a F-1 e o retorno financeiro do evento para a cidade.
Em seu despacho, o juiz De Vicenzo afirma que é "necessária a suspensão do contrato, considerando o baixo retorno que o município vem tendo com a realização do GP nas atuais condições".
De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes, o problema diz respeito à prova de 2000, a última sob a gestão de Celso Pitta, e sua assessoria jurídica já trabalha para tentar cassar a liminar.
Um recurso deve ser apresentado no início da semana que vem.
Ao todo, a Prefeitura de São Paulo gastou R$ 25 milhões para organizar a corrida deste ano -R$ 4 milhões a mais do que em 2002. Só em obras de infra-estrutura foram gastos R$ 9,5 milhões.
Tanto a prefeitura como a Interpro, empresa promotora da corrida, alegam que a F-1 traz forte retorno financeiro para a cidade.
Para isso, se baseiam em cálculos do São Paulo Convention & Visitors Bureau: o último GP teria atraído US$ 94,5 milhões (cerca de R$ 309 milhões em valores de abril) para a economia paulistana.
O eventual cancelamento da corrida significaria um baque político para a prefeita Marta Suplicy. No ano que vem, pela primeira vez, o GP Brasil estava escalado para fechar o calendário da categoria, no dia 24 de outubro.
Para conseguir a mudança de data, a prefeitura e a Interpro acenaram com a possibilidade de realizar uma corrida fora do período de chuvas, longe de feriados e com um prazo maior para trabalhar com o orçamento. E, coincidência ou não, o GP ocorreria entre o primeiro e o segundo turnos das eleições municipais, se o pleito precisar de duas etapas.
A Folha tentou falar com Tamas Rohonyi, responsável pela Interpro, mas sua assessoria afirmou que desconhecia o problema.
Não é a primeira vez que a corrida de Interlagos se vê envolvida em uma guerra de liminares. Na edição deste ano, a situação foi a mesma, com um mote diferente: a questão da publicidade tabagista.
O problema chegou até o domingo de manhã. Uma hora antes da largada para a prova, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região indeferiu um pedido de reconsideração encaminhado pelo Ministério Público Federal.


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