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AUTOMOBILISMO
Para Ministério Público Estadual, contrato da corrida traz prejuízo à cidade; prefeitura prepara recurso
Liminar suspende GP Brasil de F-1 em SP
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O GP Brasil de 2004 está paralisado desde terça-feira. O juiz João
André de Vicenzo, da 12ª Vara da
Fazenda Pública de São Paulo,
concedeu liminar em uma ação
movida pela Promotoria de Justiça da Cidadania da capital que
questiona o contrato da prefeitura
com a F-1 e o retorno financeiro
do evento para a cidade.
Em seu despacho, o juiz De Vicenzo afirma que é "necessária a
suspensão do contrato, considerando o baixo retorno que o município vem tendo com a realização do GP nas atuais condições".
De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes, o problema
diz respeito à prova de 2000, a última sob a gestão de Celso Pitta, e
sua assessoria jurídica já trabalha
para tentar cassar a liminar.
Um recurso deve ser apresentado no início da semana que vem.
Ao todo, a Prefeitura de São
Paulo gastou R$ 25 milhões para
organizar a corrida deste ano
-R$ 4 milhões a mais do que em
2002. Só em obras de infra-estrutura foram gastos R$ 9,5 milhões.
Tanto a prefeitura como a Interpro, empresa promotora da corrida, alegam que a F-1 traz forte retorno financeiro para a cidade.
Para isso, se baseiam em cálculos do São Paulo Convention &
Visitors Bureau: o último GP teria
atraído US$ 94,5 milhões (cerca
de R$ 309 milhões em valores de
abril) para a economia paulistana.
O eventual cancelamento da
corrida significaria um baque político para a prefeita Marta Suplicy. No ano que vem, pela primeira vez, o GP Brasil estava escalado para fechar o calendário da
categoria, no dia 24 de outubro.
Para conseguir a mudança de
data, a prefeitura e a Interpro acenaram com a possibilidade de
realizar uma corrida fora do período de chuvas, longe de feriados
e com um prazo maior para trabalhar com o orçamento. E, coincidência ou não, o GP ocorreria
entre o primeiro e o segundo turnos das eleições municipais, se o
pleito precisar de duas etapas.
A Folha tentou falar com Tamas
Rohonyi, responsável pela Interpro, mas sua assessoria afirmou
que desconhecia o problema.
Não é a primeira vez que a corrida de Interlagos se vê envolvida
em uma guerra de liminares. Na
edição deste ano, a situação foi a
mesma, com um mote diferente: a
questão da publicidade tabagista.
O problema chegou até o domingo de manhã. Uma hora antes
da largada para a prova, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região
indeferiu um pedido de reconsideração encaminhado pelo Ministério Público Federal.
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