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COB muda só casos pontuais em rateio
Por obter baixo rendimento, basquete, hipismo e remo têm redução de verba
Comitê cria piso de R$ 700 mil para confederações, que não vêem reivindicação de mudança mais radical da divisão de dinheiro atendida
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com exceção de poucos casos pontuais, pouco mudou na
nova proposta de distribuição
de verba da Lei Piva apresentado em reunião ontem do COB
(Comitê Olímpico Brasileiro).
O comitê diz ter atendido a
uma das principais reivindicações de confederações insatisfeitas, a destinação de uma fatia
bastante inferior a quem já tem
patrocínio estatal. Porém, na
prática, os números das entidades patrocinadas não sofreram
alterações revolucionárias.
Ainda assim, dirigentes procuraram não fazer críticas e
deixaram a reunião dizendo-se
satisfeitos com a apresentação
de Marcus Vinícius Freire como superintendente-executivo
de esportes do COB. ""O Marcus
Vinícius poderá propiciar mais
mudanças depois", disse Celso
Wolf Junior, presidente da
Confederação Brasileira de
Badminton e um dos dirigentes
mais sequiosos por mudanças.
O COB apresentou proposta
que estabelece a meritocracia
como principal critério para a
distribuição de verbas da Lei
Piva -que destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais ao esporte. O total estimado para 2009 é de R$ 75 milhões, dos quais R$ 38 milhões
deverão ir para as 27 confederações de esportes olímpicos.
Três esportes que apresentaram desempenho fraco em Pequim-08 terão sua verba reduzida: basquete, hipismo e remo.
Já os medalhistas de ouro ou
que conquistaram pelo menos
duas outras medalhas serão
premiados com o valor máximo. É o caso do atletismo, dos
esportes aquáticos, do judô, do
tênis de mesa, da vela e do vôlei.
Na visão do COB, o projeto
premia as confederações que
apresentam melhor desempenho e diminui a distância entre
o valor repassado aos diferentes esportes. O piso, até então
de 0,5% do total destinado às
confederações, passará a ser de
R$ 500 mil para os esportes de
inverno e de R$ 700 mil para os
demais. Já o teto, que hoje é de
4%, será de R$ 2,5 milhões.
Além dos recursos previstos
no projeto atual, o COB diz que
as confederações poderão ainda pleitear verbas de um fundo
que será criado com o excedente da arrecadação. A distribuição, nesse caso, será feita àquelas entidades que apresentarem projetos e tiverem os mesmos selecionados pelo comitê.
O presidente do COB, Carlos
Arthur Nuzman, explicou que o
cálculo do valor que será repassado a cada confederação levou
em conta ainda a existência ou
não de patrocinadores. Segundo ele, no entanto, isso não pode se tornar uma "punição" para os esportes que vêm apresentando bom desempenho.
"O vôlei, por exemplo, se for
apenas pelo critério do patrocínio, não precisa de mais dinheiro. Mas eu estaria punindo uma
confederação que tem um desempenho muito bom", disse.
O basquete, cuja seleção
masculina nem sequer se classificou para Pequim, foi um dos
afetados negativamente: verá a
verba despencar de R$ 2,28 milhões para R$ 1,5 milhão.
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