São Paulo, sábado, 08 de novembro de 2008

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COB muda só casos pontuais em rateio

Por obter baixo rendimento, basquete, hipismo e remo têm redução de verba

Comitê cria piso de R$ 700 mil para confederações, que não vêem reivindicação de mudança mais radical da divisão de dinheiro atendida


DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com exceção de poucos casos pontuais, pouco mudou na nova proposta de distribuição de verba da Lei Piva apresentado em reunião ontem do COB (Comitê Olímpico Brasileiro).
O comitê diz ter atendido a uma das principais reivindicações de confederações insatisfeitas, a destinação de uma fatia bastante inferior a quem já tem patrocínio estatal. Porém, na prática, os números das entidades patrocinadas não sofreram alterações revolucionárias.
Ainda assim, dirigentes procuraram não fazer críticas e deixaram a reunião dizendo-se satisfeitos com a apresentação de Marcus Vinícius Freire como superintendente-executivo de esportes do COB. ""O Marcus Vinícius poderá propiciar mais mudanças depois", disse Celso Wolf Junior, presidente da Confederação Brasileira de Badminton e um dos dirigentes mais sequiosos por mudanças.
O COB apresentou proposta que estabelece a meritocracia como principal critério para a distribuição de verbas da Lei Piva -que destina 2% da arrecadação bruta das loterias federais ao esporte. O total estimado para 2009 é de R$ 75 milhões, dos quais R$ 38 milhões deverão ir para as 27 confederações de esportes olímpicos.
Três esportes que apresentaram desempenho fraco em Pequim-08 terão sua verba reduzida: basquete, hipismo e remo. Já os medalhistas de ouro ou que conquistaram pelo menos duas outras medalhas serão premiados com o valor máximo. É o caso do atletismo, dos esportes aquáticos, do judô, do tênis de mesa, da vela e do vôlei.
Na visão do COB, o projeto premia as confederações que apresentam melhor desempenho e diminui a distância entre o valor repassado aos diferentes esportes. O piso, até então de 0,5% do total destinado às confederações, passará a ser de R$ 500 mil para os esportes de inverno e de R$ 700 mil para os demais. Já o teto, que hoje é de 4%, será de R$ 2,5 milhões.
Além dos recursos previstos no projeto atual, o COB diz que as confederações poderão ainda pleitear verbas de um fundo que será criado com o excedente da arrecadação. A distribuição, nesse caso, será feita àquelas entidades que apresentarem projetos e tiverem os mesmos selecionados pelo comitê.
O presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, explicou que o cálculo do valor que será repassado a cada confederação levou em conta ainda a existência ou não de patrocinadores. Segundo ele, no entanto, isso não pode se tornar uma "punição" para os esportes que vêm apresentando bom desempenho.
"O vôlei, por exemplo, se for apenas pelo critério do patrocínio, não precisa de mais dinheiro. Mas eu estaria punindo uma confederação que tem um desempenho muito bom", disse.
O basquete, cuja seleção masculina nem sequer se classificou para Pequim, foi um dos afetados negativamente: verá a verba despencar de R$ 2,28 milhões para R$ 1,5 milhão.


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