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Diego vence e conquista o tetra no solo da Copa
Ginasta entra em grupo seleto e releva fato de torneio não ter peso de Mundial
Após superar nervosismo e
bater rival local na Croácia,
brasileiro diz ter ginástica para feitos maiores e até admite buscar psicólogo
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Diego Hypólito deu mais um
importante passo para se colocar entre os grandes nomes da
história da ginástica artística.
Ao sagrar-se campeão ontem
em Osijek (Croácia), na penúltima etapa da temporada, o ginasta paulista assegurou o inédito tetracampeonato de solo
no circuito da Copa do Mundo.
Com 15,550, Diego superou
com facilidade seus dois maiores adversários pelo título deste ano: o croata Markovic Tomislav (15,225) e o israelense
Alexander Shatilov (14,925).
"Graças a Deus, consegui superar a ansiedade. Estava muito nervoso desde a derrota no
Mundial [em outubro]. Mas
consegui meu objetivo neste
ano, que era ser tetracampeão."
Após ter triunfado no solo
em 2004 (Birmingham), 2006
(São Paulo) e 2008 (Madri),
Diego diz que a conquista de
agora, obtida na soma dos resultados da temporada, foi tão
difícil quanto às demais.
"Nos outros títulos, era uma
final contra os melhores. Hoje é
diferente, vale a regularidade,
não só um torneio ou o momento. E é complicado se manter 100% o ano todo", diz o atleta, que, com o ouro na Croácia,
venceu 4 das 7 etapas até aqui.
Com o quarto título -o único
tetra genuíno desde 1975-, o
atleta de 26 anos passou a integrar o seleto grupo em que estão os multicampeões Nicolai
Andrianov (dono de 15 pódios
olímpicos), Li Xiaopeng (dois) e
Roland Bruckner (três).
"Sou novo ainda e tenho ginástica para buscar ser o maior
campeão da Copa", afirma ele,
que está atrás só do chinês Li
Ning, dono de nove títulos na
Copa do Mundo, e dos soviéticos Alexander Dityatin, seis, e
Vladimir Markelov, cinco.
Além de ter faturado cerca de
R$ 5.060 pela vitória e ter
amealhado seu 25º pódio em
etapas do circuito, Diego ganhou 50 pontos no ranking de
solo, chegando a 180 (soma dos
quatro melhores resultados). E
não pode mais ser superado na
última competição, que ocorre
nesta semana em Stuttgart.
"Todos acham que só por ser
Copa não tem pressão, não é difícil. Fiz uma série muito boa,
mas a nota foi baixa, porque a
arbitragem estava bem rigorosa. Sem contar que enfrentei
um atleta local, que tinha apoio
da torcida", declara ele.
Diego admite que, mesmo
sem ter o peso de uma Olimpíada ou de um Mundial, os títulos
na Copa têm contribuído muito
para que ele supere as maiores
dificuldades de sua carreira.
Como agora, quando o tetracampeonato apaga a mágoa pelo Mundial do mês passado
-ele ficou fora de uma final pela primeira vez desde 2002. O
tri, em 2008, marcou o renascimento do atleta, após o tombo
na Olimpíada de Pequim.
"Vitórias e derrotas fazem
parte do esporte. Só tive duas
falhas em quatro anos", afirma
o atleta, cuja façanha foi festejada pela organização da Copa.
"Apesar de sabermos que ele
não exibiu tudo o que sabe e ter
batido nosso atleta [Markovic
Tomislav], ficará marcado para
sempre que Diego Hypólito
conquistou o feito histórico na
Croácia", afirma Sasha Solar,
diretor da competição.
Agora, impedido de atuar no
salto por causa do ombro operado em junho, Diego diz que
irá trabalhar para controlar a
ansiedade e readquirir a confiança em seu potencial. "Se for
o caso, até um psicólogo eu vou
procurar no próximo ano, porque sei que esse sentimento [de
insegurança] vai passar."
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