São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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SOLTANDO FUMAÇA

Depois de derrota para o lanterna do Brasileiro, presidente corintiano ataca atletas, críticas a Tite reaparecem, e crise volta a ameaçar líder do Nacional

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

A derrota para o América-MG bagunçou o Corinthians. Despertou desconfianças adormecidas, liberou críticas represadas e colocou o clube numa situação que virou bem comum em 2011: ou ganha, ou entra em crise. O próximo adversário é o Atlético-PR.
O presidente Andres Sanchez não esperou nem uma noite de sono para detonar o próprio time. Ainda na noite de anteontem, horas depois do revés por 2 a 1 em Uberlândia, o cartola disparou: "Tem que perguntar para esses jogadores se eles querem ser campeões. Faltou vontade, dedicação, raça, foi ridículo".
Embora tenha citado os jogadores, o presidente também está insatisfeito com o técnico Tite, de quem espera mais firmeza e cobranças incisivas sobre os atletas.
Após a derrota em Minas, o volante Ralf declarou: "Vontade não faltou. Fica de lição para o próximo jogo".
O Corinthians ainda é o líder do campeonato, com os mesmos 58 pontos do Vasco, a quem supera por ter uma vitória a mais -17 a 16.
O que mais se lamenta no clube é o fim da "margem de manobra" que havia até a rodada passada. "Não podemos mais errar. Qualquer erro agora pode ser fatal, não haverá mais tempo para recuperar", disse o gerente de futebol corintiano, Edu Gaspar.
O dirigente prega "mais conversa" em vez de medidas punitivas (adiantar concentração, aumentar a carga de treinos) ou de incentivo, como aumentar a premiação.
"Vamos seguir nossa linha de trabalho. A premiação está definida desde o início do campeonato. Não é agora que vai mudar", disse Gaspar.
Os resultados convincentes nas três rodadas anteriores -vitórias sobre Avaí e Cruzeiro e empate com o Inter com um jogador a menos- tinham calado, ou inibido, os críticos ao trabalho de Tite.
Mas a derrota para o lanterna deu munição a quem quer o técnico fora do clube.
"Estamos com a faca no pescoço e, se dermos outra cochilada, a faca entra", afirmou o diretor administrativo André Luiz Oliveira. "Isso vale para a diretoria, o treinador, os jogadores, todo mundo. A faca está no pescoço de todo mundo", declarou.
O contrato de Tite com o Corinthians termina em dezembro deste ano. Embora nenhum dirigente tenha dito isso abertamente ao treinador, ele já sabe que a conquista do título brasileiro será fundamental numa negociação para renovar o vínculo.
"Não é hora de falar disso, faltam apenas cinco rodadas. Vamos nos concentrar no título e discutir isso depois", declarou Edu Gaspar.
Tite tem participado das reuniões de planejamento para 2012 e da avaliação de reforços, mas sabe que pode cair caso perca o Brasileiro.


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