São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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Maratonas encerram ano inédito de novos recordes

ATLETISMO Cinco maiores provas do mundo registram marcas menores

DANIEL BRITO
DE SÃO PAULO

O cenário internacional da maratona jamais viveu um ano como o de 2011.
As cinco maiores provas do mundo registraram recordes na temporada encerrada anteontem, em Nova York. Berlim, Boston, Chicago e Londres, além de Nova York, integram o World Marathon Majors (maiores maratonas do mundo, em português), circuito criado há cinco anos.
Neste ano, as cidades tiveram em comum o fato de um queniano ser o primeiro a completar os 42.195 m e com um tempo jamais alcançado.
"A tendência agora é de haver mais recordes, mas é difícil entender o que se passa", disse Adauto Domingues, técnico de Marilson Gomes dos Santos, que competiu em Londres e Chicago em 2011.
"Existe mais espaço para o pelotão de elite, sem aglomeração de carros e motos acompanhando os líderes", disse Rodolfo Eichler, representante no Brasil da AIMS (Associação de Maratonas Internacionais e Corridas de Rua).
Coube a Emmanuel Mutai, 27, a primazia de iniciar a sequência de tempos históricos. Em Londres, em abril, correu em 2h04min40s e superou a então melhor marca do percurso em 30 segundos.
A temporada foi tão atípica que foram registrados até dois recordes mundiais. Só um deles é tido como oficial.
Em Boston, em abril, Geoffrey Mutai, 30, sem parentesco com Emmanuel, correu em 2h03min02s. A marca era 57 segundos mais rápida que o recorde de então, do etíope Haile Gebrselassie, alcançado em Berlim, em 2008.
Mas a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) não reconheceu o tempo de Mutai. O percurso de Boston não obedece a normas internacionais, como a distância entre largada e chegada medida por uma hipotética linha reta e a altitude entre os dois pontos.
Mutai ganhou o título de dono do "tempo mais rápido em maratonas", o que não significa que é o recorde mundial propriamente dito.
Depois disso, a marca histórica de Gebrselassie durou só mais cinco meses. Até o dia em que Patrick Makau, 26, foi coroado no portão de Brandemburgo, em Berlim, como o novo detentor do recorde mundial: 2h03min38s.
"É sempre especial quando um queniano quebra o recorde mundial, principalmente sobre um etíope", disse Makau, que havia triunfado em Berlim no ano anterior.
Os analistas avaliam que o feito de Makau vai ser suplantado em breve por Moses Mosop, 26. O corredor foi responsável por registrar o recorde em Chicago, há um mês.
Correu em 2h05min37s. Superou, em quatro segundos, a antiga marca na cidade, do também queniano Samuel Wanjiru, feita há três anos.
O calendário deste ano se encerrou com a queda do mais longevo dos recordes dentre as cinco maratonas. Desde 2001, Nova York ostentava as 2h07min43s do etíope Tesfaye Jifar. Anteontem, Geoffrey Mutai, o mesmo de Boston, foi dois minutos e 37 segundos mais veloz.


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