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FUTEBOL
Entidade escala auditores aliados para reverter na segunda instância do STJD a perda de 24 pontos imposta ao time
CBF já articula para salvar o São Caetano
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
A CBF já atua nos bastidores para derrubar no STJD a punição
aplicada na madrugada de ontem
ao São Caetano pela morte do zagueiro Serginho. O clube do ABC
foi considerado culpado pela Comissão Disciplinar do tribunal e
perdeu 24 pontos, ficando alijado
da vaga na Libertadores-2005.
A Folha apurou que foi péssima
a repercussão do julgamento na
CBF. A entidade não fala publicamente, mas considera que o presidente do STJD, Luiz Zveiter, articulou para ganhar espaço na mídia na reta final do Brasileiro, que,
como em 2003, ganhou asteriscos.
Segundo disseram membros da
cúpula da CBF de forma reservada, o Nacional será manchado se
os paulistas perderem pontos no
tapetão. Existe o temor de que o
Nacional pare mais uma vez na
Justiça comum se o São Caetano
não se submeter ao STJD.
Além disso, a CBF poderia ser
transformada em ré se o São Caetano for absolvido na Justiça comum. Fora da Libertadores, o time poderia requerer indenização
da entidade, de acordo com advogados ouvidos pela reportagem.
A estratégia da CBF para salvar
o São Caetano passa pela briga
que opôs a entidade e Zveiter em
maio. Ricardo Teixeira articulou
para tirá-lo do poder. Com a ajuda do Vasco, porém, o magistrado manteve-se no STJD.
Por conta da briga, Zveiter não
deu posse aos dois auditores indicados pelos clubes, Francisco
Mussnich e Nelson Tomaz Braga,
amigos íntimos de Teixeira.
No fim da semana passada, com
o julgamento do São Caetano já
marcado, Mussnich e Braga assinaram acordo com o Vasco e Luiz
Zveiter. Com o fim do litígio, a
CBF pressionará para que os dois
sejam empossados a tempo de
julgar o São Caetano na segunda
instância do tribunal.
Com os votos de Mussnich, Braga e os de Paulo Perry e José Mauro Couto, advogado particular de
Teixeira, a entidade crê que a pena será revertida. São nove os auditores de segunda instância (hoje, sete estão empossados). Um
deles está doente e não deve ir à
sessão do dia 16. Um empate em 4
a 4 basta ao clube do ABC.
Se os dois não tomarem posse, a
CBF pretende pedir a seus aliados
no STJD que não compareçam à
sessão. Com apenas quatro auditores, não haveria quórum suficiente para o julgamento -são
necessários cinco membros.
O técnico Péricles Chamusca
crê na absolvição. "Faremos o
melhor nos dois últimos jogos,
pois confio na possibilidade de recuperação desses pontos."
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