São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO - pvc@folha.com.br

A história tática do tri

NO INÍCIO da campanha do bicampeonato, o telefone do técnico Muricy Ramalho tocou. Era este colunista, com uma dúvida sobre a maneira como o São Paulo vinha jogando. A pergunta era se Alex Silva se tornava lateral-direito, com suas subidas ao ataque, e com isso o time passava a jogar com duas linhas de quatro homens, como os principais times da Europa.
Muricy despistou: "É a característica dele. Não são duas linhas, não".
Se o cara estava falando...
Dois meses depois, Muricy já dava entrevistas abertamente, explicando como davam certo suas mudanças de sistema no decorrer de um mesmo jogo. Primeiro, com Alex Silva, depois, com Breno, o time variava do 3-5-2 para o 4-4-2, com as duas linhas de quatro homens citadas.
A história do tri é repleta de mudanças de sistema tático. No primeiro jogo de 2006, Lugano, Fabão e André Dias eram os beques que formavam o 3-5-2 vitorioso ante o Flamengo. No jogo do título, Mineiro e Josué eram volantes, Souza e Danilo, meias, e só dois zagueiros eram escalados: Fabão e Miranda.
Muricy sabe bem que jogador de futebol deixa de ser bom e passa a ser ruim numa semana de desleixo nos treinos. Um time pode começar o ano formado por jogadores inexpressivos e terminar como uma equipe repleta de nomes consagrados. É o que explica o São Paulo ter mudado também em 2008. Os melhores jogos do Tricolor neste ano foram aqueles em que Muricy conseguiu armar uma linha de cinco jogadores, com um volante mais recuado e dois volantes capazes de armar o jogo. O volante do primeiro semestre, na vitória por 3 x 2 sobre o Santos, era Fábio Santos. No jogo anterior, contra o Fluminense, era Jean.
Um time também deixa de ser bom e passa a ser comum à medida em que o técnico esquece a hora certa de mudar o sistema, de mudar os atletas, de fazer uma transformação necessária. Na história do tri, Muricy raras vezes perdeu essa mão. Foi campeão com dois volantes e dois meias, num 4-4-2 à brasileira. Foi bi com duas linhas de quatro, num 4-4-2 à européia. O tri veio com três zagueiros, num 3-5-2 de verdade, com Hernanes como armador. Nesse ritmo, só falta saber o sistema do tetra.



MELANCÓLICO
No início do ano, Vanderlei Luxemburgo se orgulhava de ter apenas quatro derrotas no Parque Antarctica. O time vai à Libertadores, mas em quarto lugar e precisará disputar a fase preliminar, por causa da oitava derrota de Luxemburgo. Quer dizer: em um ano, ele teve as mesmas quatro derrotas das passagens anteriores.

TROCA-TROCA
Kléber Leite negou, mas jantou com o técnico Cuca. Já sabia que, além da pressão dos torcedores do Flamengo, obrigava a saída de Caio Júnior a proposta que recebeu do Vissel Kobe. O treinador flamenguista vai para o Japão, quase seguramente. E Cuca deve ser o sucessor anunciado nesta semana para a equipe da Gávea.


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