São Paulo, sexta, 9 de janeiro de 1998.



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ESPORTES AQUÁTICOS
Brasil compra ventiladores para vencer

EDUARDO OHATA
da Reportagem Local

Para atenuar o problema do calor que castiga os atletas que participam do 8º Mundial de Desportos Aquáticos, em Perth, na Austrália, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) comprou 60 ventiladores para competidores e comissão técnica.
Para fugir da temperatura de mais de 40 graus Celsius, os brasileiros estavam usando o saguão e a sala de TV da Western University of Austrália, únicas dependências que têm ar-condicionado do local onde estão hospedados, como dormitório.
Segundo as jogadoras da seleção feminina de pólo aquático, as improvisações já surtiram efeito. Na estréia contra a Nova Zelândia, anteontem à noite, venceram a Nova Zelândia por 9 a 5.
"Não estávamos nem mesmo conseguindo dormir, devido ao forte calor", lembra a goleira Cláudia Graner, 23.
"Agora, com os ventiladores, a situação melhorou um pouco. Já dá para ficar no quarto."
Com exceção da ausência de um sistema de refrigeração, os atletas consideraram os alojamentos da universidade confortáveis.
Apesar da temperatura local ter diminuído temporariamente para 27 graus Celsius anteontem, as altas temperaturas devem continuar nos próximos dias. Há cerca de dois meses não chove na região.
A solução encontrada pelos brasileiros foi levar toalha, para forrar o chão acarpetado, e travesseiro ao saguão ou à sala de TV e dormir por lá mesmo.
"Íamos a esses lugares tirar uma soneca e recuperar o sono", conta a atleta, que também pratica handebol e futebol.
As delegações de países com clima mais frio, como as da Europa, onde agora é inverno, são as que mais sofrem.
Os atletas da Ucrânia, onde a temperatura atual em Kiev, sua capital, tem sido de apenas um grau Celsius, são assíduos frequentadores do jardim da universidade.
Lá, costumam se refrescar com os esguichos d'água que servem para regar as plantas.
Mesmo incomodados com o calor, este pode se converter em um aliado dos brasileiros. O adversário de hoje da equipe feminina, o Canadá, está acostumado nessa época a temperaturas que chegam a 30 graus Celsius negativos.
A grande quantidade de moscas, que invadem até mesmo os ambientes refrigerados, representam outro incômodo aos atletas. Por causa delas, os acessos à universidade são protegidos por telas.
Outro problema é o fato de os telefones dos alojamentos do atletas terem sido programados para não realizar ligações externas.
A assessoria de imprensa da CBDA, entretanto, afirma que os competidores não enfrentam problemas, exceto eventuais filas, para se comunicar com suas famílias no Brasil porque há telefones públicos no local.



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