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ESPORTES AQUÁTICOS
Brasil compra ventiladores para vencer
EDUARDO OHATA
da Reportagem Local
Para atenuar o problema do calor que castiga os atletas que participam do 8º Mundial de Desportos
Aquáticos, em Perth, na Austrália,
a CBDA (Confederação Brasileira
de Desportos Aquáticos) comprou
60 ventiladores para competidores
e comissão técnica.
Para fugir da temperatura de
mais de 40 graus Celsius, os brasileiros estavam usando o saguão e a
sala de TV da Western University
of Austrália, únicas dependências
que têm ar-condicionado do local
onde estão hospedados, como
dormitório.
Segundo as jogadoras da seleção
feminina de pólo aquático, as improvisações já surtiram efeito. Na
estréia contra a Nova Zelândia, anteontem à noite, venceram a Nova
Zelândia por 9 a 5.
"Não estávamos nem mesmo
conseguindo dormir, devido ao
forte calor", lembra a goleira Cláudia Graner, 23.
"Agora, com os ventiladores, a
situação melhorou um pouco. Já
dá para ficar no quarto."
Com exceção da ausência de um
sistema de refrigeração, os atletas
consideraram os alojamentos da
universidade confortáveis.
Apesar da temperatura local ter
diminuído temporariamente para
27 graus Celsius anteontem, as altas temperaturas devem continuar
nos próximos dias. Há cerca de
dois meses não chove na região.
A solução encontrada pelos brasileiros foi levar toalha, para forrar
o chão acarpetado, e travesseiro ao
saguão ou à sala de TV e dormir
por lá mesmo.
"Íamos a esses lugares tirar uma
soneca e recuperar o sono", conta
a atleta, que também pratica handebol e futebol.
As delegações de países com clima mais frio, como as da Europa,
onde agora é inverno, são as que
mais sofrem.
Os atletas da Ucrânia, onde a
temperatura atual em Kiev, sua capital, tem sido de apenas um grau
Celsius, são assíduos frequentadores do jardim da universidade.
Lá, costumam se refrescar com
os esguichos d'água que servem
para regar as plantas.
Mesmo incomodados com o calor, este pode se converter em um
aliado dos brasileiros. O adversário de hoje da equipe feminina, o
Canadá, está acostumado nessa
época a temperaturas que chegam
a 30 graus Celsius negativos.
A grande quantidade de moscas,
que invadem até mesmo os ambientes refrigerados, representam
outro incômodo aos atletas. Por
causa delas, os acessos à universidade são protegidos por telas.
Outro problema é o fato de os telefones dos alojamentos do atletas
terem sido programados para não
realizar ligações externas.
A assessoria de imprensa da
CBDA, entretanto, afirma que os
competidores não enfrentam problemas, exceto eventuais filas, para se comunicar com suas famílias
no Brasil porque há telefones públicos no local.
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