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FUTEBOL
Na chegada ao Cruzeiro, meia atrai torcida e muda discurso sobre Atenas
Rivaldo vive dia de ídolo e abre mão de ir à Olimpíada
THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
Recebido ontem como ídolo pela torcida cruzeirense, o meia-atacante Rivaldo, 31, descartou sua
ida para os Jogos Olímpicos de
Atenas neste ano como um dos
três atletas acima de 23 anos.
Titular da equipe de Parreira,
Rivaldo, um dos candidatos à vaga, disse que o elenco atual, com
"grandíssimos jogadores", dará
conta do recado. "Já fui uma vez
acima da idade [em Atlanta,
1996], essa já basta para mim."
O discurso do novo reforço cruzeirense contrasta com o que ele
dissera dois meses atrás. Em 17 de
novembro, na véspera da partida
contra o Uruguai, pelas eliminatórias da Copa-2006, Rivaldo manifestou desejo de ir aos Jogos.
A chegada de Rivaldo a Belo
Horizonte foi tumultuada. O atleta foi cercado por torcedores cruzeirenses logo após desembarcar
no aeroporto da Pampulha, às
11h10, acompanhado por seu procurador, Carlos Arine, e pelo filho
Rivaldinho, 8.
Ele foi recepcionado por cerca
de 200 torcedores, segundo a assessoria do aeroporto. Houve um
princípio de tumulto e o jogador
precisou ser escoltado por três seguranças para chegar até o carro.
Do aeroporto, Rivaldo seguiu
para a Toca da Raposa 2, centro
de treinamento da equipe. Dezenas de torcedores se aglomeraram na entrada do local, até que,
por volta das 15h, a direção liberou a entrada de todos.
Após ser apresentado à imprensa, Rivaldo foi levado a um dos
campos de treinamento da equipe, onde foi homenageado por
crianças uniformizadas. Do lado
de fora da grade, torcedores que
entraram na sede exaltavam o novo ídolo cruzeirense.
O meia-atacante disse que, com
a volta ao Brasil, os torcedores da
seleção poderão avaliar seu futebol com mais propriedade. "Às
vezes você é criticado, mas as pessoas não vêem os jogos de fora",
disse o atleta, que ao longo de sua
carreira foi frequentemente contestado pelos torcedores, apesar
de ter tido momentos brilhantes,
como na Copa do Mundo de 2002
-ele foi vice-artilheiro da competição, ao lado do atacante alemão Klose, com cinco gols.
Apesar de rechaçar o time olímpico, Rivaldo disse que pretende
reviver, na equipe mineira, os
momentos que passou em 1999,
quando conquistou títulos no
Barcelona e na seleção.
Naquele ano, Rivaldo foi eleito
melhor jogador do mundo pela
Fifa e pelas revistas especializadas
"Onze" e "World Soccer".
O meia-atacante, que acertou
por um ano com o Cruzeiro, disse, na primeira entrevista como
atleta do clube, que não pretende
utilizar a cláusula do seu contrato
que o libera para o exterior depois
de seis meses. "Espero continuar
no Cruzeiro não por um ano, mas
por mais tempo", afirmou.
Por várias vezes, Rivaldo destacou a vontade de ficar perto dos
filhos, que vivem no país. "Depois
que aconteceu a minha separação
[em 2003], ficar longe das crianças é difícil, isso mexeu comigo."
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