São Paulo, sexta-feira, 09 de janeiro de 2004

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FUTEBOL

Na chegada ao Cruzeiro, meia atrai torcida e muda discurso sobre Atenas

Rivaldo vive dia de ídolo e abre mão de ir à Olimpíada

THIAGO GUIMARÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Recebido ontem como ídolo pela torcida cruzeirense, o meia-atacante Rivaldo, 31, descartou sua ida para os Jogos Olímpicos de Atenas neste ano como um dos três atletas acima de 23 anos.
Titular da equipe de Parreira, Rivaldo, um dos candidatos à vaga, disse que o elenco atual, com "grandíssimos jogadores", dará conta do recado. "Já fui uma vez acima da idade [em Atlanta, 1996], essa já basta para mim."
O discurso do novo reforço cruzeirense contrasta com o que ele dissera dois meses atrás. Em 17 de novembro, na véspera da partida contra o Uruguai, pelas eliminatórias da Copa-2006, Rivaldo manifestou desejo de ir aos Jogos.
A chegada de Rivaldo a Belo Horizonte foi tumultuada. O atleta foi cercado por torcedores cruzeirenses logo após desembarcar no aeroporto da Pampulha, às 11h10, acompanhado por seu procurador, Carlos Arine, e pelo filho Rivaldinho, 8.
Ele foi recepcionado por cerca de 200 torcedores, segundo a assessoria do aeroporto. Houve um princípio de tumulto e o jogador precisou ser escoltado por três seguranças para chegar até o carro.
Do aeroporto, Rivaldo seguiu para a Toca da Raposa 2, centro de treinamento da equipe. Dezenas de torcedores se aglomeraram na entrada do local, até que, por volta das 15h, a direção liberou a entrada de todos.
Após ser apresentado à imprensa, Rivaldo foi levado a um dos campos de treinamento da equipe, onde foi homenageado por crianças uniformizadas. Do lado de fora da grade, torcedores que entraram na sede exaltavam o novo ídolo cruzeirense.
O meia-atacante disse que, com a volta ao Brasil, os torcedores da seleção poderão avaliar seu futebol com mais propriedade. "Às vezes você é criticado, mas as pessoas não vêem os jogos de fora", disse o atleta, que ao longo de sua carreira foi frequentemente contestado pelos torcedores, apesar de ter tido momentos brilhantes, como na Copa do Mundo de 2002 -ele foi vice-artilheiro da competição, ao lado do atacante alemão Klose, com cinco gols.
Apesar de rechaçar o time olímpico, Rivaldo disse que pretende reviver, na equipe mineira, os momentos que passou em 1999, quando conquistou títulos no Barcelona e na seleção.
Naquele ano, Rivaldo foi eleito melhor jogador do mundo pela Fifa e pelas revistas especializadas "Onze" e "World Soccer".
O meia-atacante, que acertou por um ano com o Cruzeiro, disse, na primeira entrevista como atleta do clube, que não pretende utilizar a cláusula do seu contrato que o libera para o exterior depois de seis meses. "Espero continuar no Cruzeiro não por um ano, mas por mais tempo", afirmou.
Por várias vezes, Rivaldo destacou a vontade de ficar perto dos filhos, que vivem no país. "Depois que aconteceu a minha separação [em 2003], ficar longe das crianças é difícil, isso mexeu comigo."


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