São Paulo, quarta-feira, 09 de janeiro de 2008

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RÉGIS ANDAKU

Simples, simples


Em geral, o tenista brasileiro não entende que motivação e trabalho vêm antes de resultados, glória e conforto


ROGER FEDERER , Rafael Nadal e Novak Djokovic; Lleyton Hewitt, Andy Murray e Richard Gasquet; Maria Sharapova, Justine Henin, as irmãs Williams e Ana Ivanovic. Para um ano que nasce cheio de nomes e expectativas de fora do país, destacar um tenista brasileiro como Thiago Alves soa exagero, mas se faz merecido.
Thiago Alves foi uma esperança real do tênis brasileiro. Chegou ao número 95 do ranking há pouco mais de um ano, entrando em torneio do ATP Tour, mas, incrivelmente, despencou quase 300 posições, ficando na dependência de torneios future para jogar. Faltou cabeça, ele mesmo reconheceu. Eis que Alves passou a andar com o técnico Carlos Albano, a mudar o jeito de pensar e, no domingo, depois de encarar o qualifying do Aberto de São Paulo, na série challenger, bateu um a um seus rivais, quase todos mais bem ranqueados, incluindo a esperança Thomaz Belucci e o melhor brasileiro do ranking, Marcos Daniel, até levar o título, seu mais importante, segundo o próprio. Mas talvez o melhor de Alves tenha vindo após derrotar o bom argentino Carlos Berlocq. "É preciso continuar a trabalhar. Meu jogo está dentro de mim. Cheguei [ao top 100] com muito trabalho e suor e vou voltar com muito trabalho e suor."
Aos 25, talvez tarde, tomara que não, depois de ir à elite e voltar para o que seria o fundo do poço, ele vê que não há outro caminho: ou trabalha-se duro, todos os dias, ou nada! Em geral, o tenista brasileiro demora a ver que motivação pessoal e trabalho duro vêm antes de resultados, conforto, glória. O sujeito se vê longe no ranking, sem conforto e reconhecimento, e acha que não tem motivos para acordar cedo, trabalhar duro. Acha que críticas existem porque não está bem no ranking, porque perdeu um ou outro jogo. A maior crítica aos brasileiros não é pelo ranking, por um ou outro revés, mas pela postura, pelo desânimo, pela dúvida, pelas incertezas (a falta de patrocínio idem).
Se Thiago Alves diz ter mudado, reagido ao desânimo, às dúvidas e trabalhará duro, já merece elogio. Resultado, vitórias ou títulos, são conseqüência. Foi assim no domingo. Simples, sem mágica.

NO BRASIL OPEN
O torneio será o primeiro no planeta a ter ações para redução de impacto ambiental. Na competição, serão plantadas 500 árvores na Costa do Sauípe. Haverá economia no uso de geradores de energia. Informações disponíveis em papel serão repassadas via celular. O papel eventualmente usado terá origem comprovada, e todo o lixo gerado pelo evento será reciclado.

EM NOVA YORK
Quer ver Roger Federer x Pete Sampras no Madison Square Garden em 10 de março? Ingressos à venda pela Ticketmaster ou pelo fone 00/xx/1-866-448-7849 (código promocional: "hpshowdown").

reandaku@uol.com.br


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