São Paulo, domingo, 09 de janeiro de 2011 |
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TOSTÃO O melhor de 2010
AMANHÃ, SERÁ anunciado, entre Messi, Xavi e Iniesta, o melhor jogador do mundo em 2010. Não sei se os três do Barcelona foram os melhores do ano, mas são, com Cristiano Ronaldo, os quatro melhores do mundo. O holandês Sneijder foi brilhante na Copa dos Campeões e na Copa do Mundo. Xavi não é um típico volante. É um armador que marca como volante e avança como meia. Dificilmente erra um passe, sem se limitar a tocar a bola somente para o lado. Xavi tem a rara qualidade de saber o momento exato de dar um passe decisivo. Com o sucesso de Xavi, que demorou a ser reconhecido, quase todos os técnicos querem um jogador com suas características. Diminuiu também a divisão no meio-campo, frequente no futebol brasileiro durante décadas, entre os volantes que só marcam e os meias que só atacam. Iniesta não é também um típico meia. Ele é um armador que marca e ataca. Diferentemente de Xavi, que se destaca por ser um organizador, um maestro, Iniesta se destaca mais pelas jogadas individuais e coletivas perto da área do adversário. Os dois se completam. Assim como Xavi não é um tradicional volante nem Iniesta é um tradicional meia, Messi não é um tradicional atacante. Quando joga pelos lados, se parece com os grandes pontas do passado. Quando recua para receber a bola, lembra os grandes meias com seus passes espetaculares. Quando avança, driblando em velocidade e fazendo muitos gols, atua no nível dos maiores atacantes da história. Por ter tantas qualidades, Messi é mais completo do que foram Zidane, Ronaldinho e Ronaldo em seus melhores momentos. Os quatro são os grandes jogadores da última década. Nem sempre o mais completo é o melhor. É importante também o tempo de esplendor técnico. O de Ronaldinho foi muito curto. Além disso, só podemos fazer uma análise correta de um atleta após ele encerrar a carreira. Infelizmente, é cada dia mais curto o tempo de esplendor técnico e físico dos grandes craques. Há vários motivos. Eles são muito pressionados para jogar sempre e em altíssimo nível. Com isso, sofrem mais contusões. Tornam-se também celebridades e passam a ter muitos compromissos sociais e financeiros. Além disso, a sociedade do consumo, do espetáculo, exigente e gananciosa, quer trocar rapidamente seus ídolos. Em pouco tempo, muitos grandes craques perdem a força física, a velocidade, a chama e o sopro que iluminam e incendeiam suas atuações dentro de campo. Texto Anterior: Projeto para a zona leste é anterior à Copa Próximo Texto: Bellucci dá início a 2011 da "coragem" Índice | Comunicar Erros |
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