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FUTEBOL
Mancha prepara coro para técnico em sua volta ao Parque Antarctica
Roth enfrenta Palmeiras e
gritos de burro da torcida
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Desta vez como rival, o técnico
Celso Roth estará de volta ao Parque Antarctica hoje, às 17h, no
clássico entre Palmeiras e Santos,
pelo Torneio Rio-São Paulo, mas
terá de enfrentar, mais uma vez, o
coro de burro dos torcedores.
Será o primeiro confronto do
treinador, agora no Santos, contra
o clube que o demitiu no ano passado por causa da pressão de torcedores, dirigentes e até dos próprios jogadores.
Mesmo com o time entre os líderes do último Campeonato
Brasileiro, Roth era xingado pelos
torcedores nas partidas no estádio palmeirense.
Hoje, mesmo estando do outro
lado, não deve ser diferente. A
Mancha Alviverde, principal torcida organizada do Palmeiras,
promete recepcionar Roth. Da
maneira antiga, é claro.
"Na primeira oportunidade que
tivermos vamos pegar no pé dele.
Vamos chamá-lo de burro o jogo
inteiro", disse o presidente da
Mancha, Paulo Serdan.
Além da pressão da torcida palmeirense, Roth corre o risco de
ser hostilizado também pelos santistas no Parque Antarctica.
A Torcida Jovem, maior organizada do clube, cujas características mais marcantes são a impaciência e as fortes críticas ao time,
promete apoiar o técnico hoje,
mas faz uma ressalva: vai depender de como o time estiver jogando e do resultado.
"Acreditamos no trabalho do
Roth e vamos apoiá-lo. Agora, se
o time estiver jogando mal também vamos chamá-lo de burro",
disse Luciano Oliveira, vice-presidente da organizada.
A torcida santista fez Roth relembrar seus tempos no Palmeiras logo em sua estréia na Vila
Belmiro, quando o hostilizou em
um jogo-treino com o São José.
Há quase um ano, a organizada
mantém uma postura permanente de protesto, cuja expressão
maior é a colocação das suas faixas em campo de ponta-cabeça.
A atitude foi desencadeada após
a derrota por 5 a 0 contra o Corinthians, em março do ano passado,
pelo Campeonato Paulista. Oliveira diz que o gesto só será desfeito quando o Santos quebrar o
jejum de 18 anos sem títulos.
Com fazia no Palmeiras, Roth
buscou minimizar as provocações. "É apenas mais uma partida.
Tenho vários amigos no Palmeiras. Falam muito. O que as pessoas não lembram é como eu peguei o time e em qual posição eu o
deixei", declarou.
Anteontem, o zagueiro palmeirense Alexandre disse que o estilo
de Roth assustava os jogadores. E
atribuiu isso à queda de rendimento da equipe no Brasileiro-01.
Em situação oposta à de Roth, o
técnico Wanderley Luxemburgo,
do Palmeiras, terá a torcida a seu
lado, afirma Serdan.
O líder da organizada criticou o
comportamento da "turma do
amendoim", torcedores que ocupam as numeradas do Parque Antarctica, que hostilizaram o treinador na partida contra o São
Caetano, na última quarta-feira.
"Eles não se tocam que às vezes
acabam atrapalhando o time. Não
dá para criticar a equipe no início
de temporada, mas se for preciso
vamos cobrar esse pessoal."
O discurso de Serdan está afinado com o de Luxemburgo. O técnico, numa atitude recorrente de
seu colega Luiz Felipe Scolari,
vem pedindo insistentemente o
apoio dos torcedores em casa.
"Não dá para ficar vaiando a
equipe num jogo difícil, mas é claro que, se o time não estiver jogando nada, tem de ser vaiado
mesmo", disse ele, que não acredita que uma eventual perseguição da torcida ao treinador santista possa beneficiar sua equipe.
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