São Paulo, sábado, 09 de fevereiro de 2002

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FUTSAL

Chevrolet-GMC retira o patrocínio da Ulbra e desmonta as categorias de base em São Caetano

Time que mais revelou atletas deixa quadras

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Chevrolet-GMC, uma das mais tradicionais equipes do futsal brasileiro e a que mais revelou jogadores nos últimos anos, irá encerrar seus investimentos na modalidade. O novo projeto do clube é desenvolver programas voltados para a comunidade, deixando o esporte de competição.
"Vamos iniciar atividades de recreação para crianças até março ou abril. A princípio, implantaremos o programa nas unidades de São Caetano do Sul e São José dos Campos", contou Carlos Vitiello, presidente da unidade do ABC.
Serão mantidas escolinhas para crianças de 5 a 14 anos. No entanto, a ênfase não será mais para a formação de atletas -as equipes não jogarão torneios da FPFS (Federação Paulista de Futsal).
"Vamos manter uma equipe juvenil de futebol de campo. Já encaixamos alguns atletas em clubes, como o Ferrugem, o Thiago Matias e o Fernando Diniz. Podemos indicá-los também ao São Caetano", afirmou Vitiello.
No futsal há mais de 20 anos, a Chevrolet-GMC foi campeã do Metropolitano em 1990, 92, 97 e 98, do Paulista em 1997 e da Taça Brasil em 1998. Na decisão desta última, em Foz do Iguaçu, derrotou o Tio Sam (RJ) por 9 a 3.
"Foi o melhor time que a GM montou. A empresa nunca fez grandes investimentos. Preferia pegar jogadores emergentes e revelá-los", disse Fernando Ferretti, técnico da seleção brasileira, que dirigia o time da GM na época.
Do time brasileiro que jogou o Mundial da Guatemala-2000, sete jogadores tiveram passagem pela equipe de São Caetano: Franklin, André, Schumacher, Falcão, Lenísio, Almir e Vander Carioca.
"A GM sempre foi o clube com o trabalho de base mais forte em São Paulo", atestou Gilberto Rodrigues, diretor do departamento técnico da federação paulista.
Em 2001, a direção da GM deixou de manter uma equipe própria em São Paulo e entrou na Liga Futsal como patrocinador da Ulbra-RS, que acabou vice-campeã do torneio. O contrato com a universidade vai até o mês que vem, mas não será renovado.
"Nossa idéia é enfatizarmos programas do Instituto GM, com atividades voltadas para a comunidade. Não continuaremos no futsal. Podemos atuar em outro esporte, mas isso ainda não está definido", disse Pedro Luís Dias, diretor de comunicação da GM.
Sabendo que o contrato não terá continuidade, a Ulbra procura novas parcerias. A GM banca 40% do orçamento da equipe, que é de R$ 70 mil mensais.
"Será ruim tentar outro patrocínio a partir do final de março [quando a Liga Futsal já terá começado". Por isso, estamos correndo atrás de outras empresas", contou Mauro Paiva, supervisor do time de futsal da Ulbra.
Dona de uma franquia na Liga Futsal, a GM não sabe o que fará com a vaga. Neste ano, ela será cedida novamente à Wimpro, de Guarulhos. Mas, para o futuro, pode até ser vendida -seu valor atual é de R$ 90 mil. "Podemos cedê-la ou vendê-la para São Caetano, caso haja interesse em montar um time aqui", disse Vitiello.


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