São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2009

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JUCA KFOURI

Os Palmeiras ainda incomparáveis


O alviverde campeão de 1996 foi daqueles times capazes até de levar torcedores rivais ao estádio para vê-lo jogar

ESTE PALMEIRAS de 2009 agrada muito, como voltou a agradar na categórica vitória diante do Santos, mesmo depois do esforço na altitude desumana de Potosí e apesar de ter feito dois gols discutíveis, o segundo num pênalti inexistente e o terceiro em impedimento, daqueles que o bandeirinha faz bem em deixar seguir.
Mas nem que tivesse goleado o Santos como fez em 1996, também pelo primeiro turno, na Vila Belmiro, por 6 a 0, este time poderia ser comparado àquele de Cafu, Júnior, Flávio Conceição, Rivaldo, Djalminha, Muller e Luizão, sob o comando de Luxemburgo.
A campanha de 30 jogos com só uma derrota, para o Guarani, em Campinas, com 102 gols e média de 3,4 gols por jogo fala por si mesma.
Se fosse apenas pela eficácia, já seria muito, tanto que serviu para ganhar o 21º título paulista com antecedência de uma rodada e por dessas coisas de regulamento porque, na verdade, o Verdão ficou nada menos do que 28 pontos à frente do vice-campeão, o São Paulo.
Isso mesmo: 28 pontos!
O Palmeiras somou 83 pontos em 90 possíveis e, ao vencer os dois turnos, tornou desnecessário que houvesse um quadrangular decisivo.
Foi a melhor campanha da era do profissionalismo em São Paulo.
De quebra, havia 34 anos que um time não superava a marca dos 100 gols no Campeonato Paulista, façanha do Santos, de Pelé, em 1962.
Não há exagero algum em dizer que, de fins de janeiro daquele ano ao começo de junho, quando o torneio acabou, o Palmeiras exibiu um futebol que time algum do mundo exibia então.
Foram mesmo as melhores exibições de um time paulista desde os tempos áureos de Pele & Cia, de dar inveja ao então campeão mundial de clubes, o holandês Ajax, que havia derrotado, nos pênaltis, o Grêmio, em Tóquio.
Um Palmeiras que levava torcedores rivais ao Parque Antarctica só para vê-lo.
Verdade que a campanha do atual Palmeiras começou melhor do que a de 1996, quando o time empatou em jogo amistoso com o Flamengo, além de ter deixado de ser 100% no Campeonato Paulista logo na quarta rodada, ao empatar sem gols com o União São João.
Antes, no entanto, tinha enfiado 6 a 1 no Borussia Dortmund, que viria a ser campeão mundial de clubes em 1998, ao superar o Cruzeiro.
O mesmo Cruzeiro que derrotou o Palmeiras na decisão da Copa do Brasil porque, ali, a parceira do Verdão, a Parmalat, cometeu a bobagem de não se acertar com um dos pontos altos do time, o ponta-de-lança Muller, que jogou naquele campeonato como jamais em sua vida, livre e solto por todo o campo.
Mas que este Palmeiras de Marcos, quando voltar, Edmilson, Pierre, Keirrison (que preciosidade!), Cleiton Xavier (outro de encher os olhos), Marquinhos, pode ir longe, até mais que aquele que acabou se limitando ao título estadual, lá isso pode, por que não?
Que o diga o Santos, derrotado em 20 minutos, quando o Palmeiras fez o segundo gol que deveria ter sido o quarto. No segundo tempo, cansado, o Palmeiras cedeu, mostrou problemas na defesa, mas venceu, por justo 4 a 1, apesar do pênalti.

blogdojuca@uol.com.br

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