|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AUTOMOBILISMO
Cada vez menos americana, categoria vai também à Europa
México abre a temporada
mais globalizada da Indy
RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY
A Indy volta hoje ao México
com um sotaque americano mais
fraco do que na última vez em que
a categoria teve uma prova no
país, há duas décadas. Os mexicanos acompanharão neste fim-de-semana em Monterrey a corrida
que abre a temporada mais globalizada da história da competição.
Em 1981, quando a Cidade do
México recebeu uma das etapas
do campeonato, a Indy era dominada por pilotos americanos e
voltada ao público da América do
Norte. Hoje, o berço da Indy conta apenas com três pilotos, um a
menos do que no ano passado, o
menor número de competidores
que o país já teve na categoria.
Como na última temporada, o
domínio é dos brasileiros, com
dez participantes no campeonato.
Perdendo pilotos americanos e
público para a concorrente IRL, a
Cart, entidade organizadora da
Indy, optou por buscar fãs em outros continentes há alguns anos.
O Brasil, sem a Rio-200, cancelada após atritos entre a prefeitura
e o organizador da corrida, Emerson Fittipaldi, foi um dos primeiros refúgios. Mas o alvo agora é a
Europa, que pela primeira vez terá provas do campeonato, uma na
Alemanha e outra na Inglaterra
-a categoria já realiza etapas no
Japão, na Austrália e no Canadá.
Na pista, porém, é impossível
ignorar a presença brasileira. A
Penske, equipe mais tradicional
da Indy, conta com dois pilotos
do país: Gil de Ferran, atual campeão, e Hélio Castro Neves.
Gil corre a primeira etapa ainda
sentindo dores no ombro e nas
costelas. O piloto sofreu dois acidentes na pré-temporada. Apesar
disso, diz estar confiante em um
bom começo de campeonato.
"Fizemos uma boa pré-temporada, e espero que nosso carro esteja competitivo", afirmou.
A Newman-Haas, outra equipe
de prestígio, também é monopolizada por pilotos do país. Christian
Fittipaldi tem agora a companhia
de Cristiano da Matta. O piloto
mineiro substitui Michael Andretti, que migrou para o terceiro
carro da Green neste ano.
Entre os novatos, Bruno Junqueira é a aposta nacional. Campeão da F-3000 no ano passado,
irá correr pela Ganassi. Chip Ganassi, dono da equipe, aposta no
brasileiro e no francês Nicolas Minassian para retomar o sucesso
do time, que já teve como campeões Jimmy Vasser (1996), Alessandro Zanardi (97 e 98) -de
volta à Indy, após mais um fracasso na F-1- e Juan Pablo Montoya
(99), que hoje está na Williams.
Outro brasileiro cotado é Roberto Moreno (Patrick), terceiro
colocado no ano passado. O país
ainda conta com Tony Kanaan
(Mo Nunn), Maurício Gugelmin
(PacWest), Luiz Garcia Jr. (Dale
Coyne) e Max Wilson (Arciero).
Para completar o cenário, a categoria volta a merecer transmissão pela TV aberta -a Record irá
transmitir a temporada juntamente com a Directv-, após
anos de videoteipe no SBT.
Os primeiros treinos livres em
Monterrey acontecem hoje, com
duas sessões, às 13h30 e às 17h30
(de Brasília), em circuito de rua
instalado em um parque da cidade. A classificação acontece amanhã, e a corrida, domingo.
Com a Reportagem Local
O jornalista Ricardo Perrone viaja a
convite da equipe Mo Nunn
Texto Anterior: Futebol - José Roberto Torero: Aquele vazio na prateleira Próximo Texto: Atletismo: Brasil disputa Mundial indoor com 4 atletas Índice
|