São Paulo, sexta-feira, 09 de março de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AUTOMOBILISMO

Cada vez menos americana, categoria vai também à Europa

México abre a temporada mais globalizada da Indy

RICARDO PERRONE
ENVIADO ESPECIAL A MONTERREY

A Indy volta hoje ao México com um sotaque americano mais fraco do que na última vez em que a categoria teve uma prova no país, há duas décadas. Os mexicanos acompanharão neste fim-de-semana em Monterrey a corrida que abre a temporada mais globalizada da história da competição.
Em 1981, quando a Cidade do México recebeu uma das etapas do campeonato, a Indy era dominada por pilotos americanos e voltada ao público da América do Norte. Hoje, o berço da Indy conta apenas com três pilotos, um a menos do que no ano passado, o menor número de competidores que o país já teve na categoria.
Como na última temporada, o domínio é dos brasileiros, com dez participantes no campeonato.
Perdendo pilotos americanos e público para a concorrente IRL, a Cart, entidade organizadora da Indy, optou por buscar fãs em outros continentes há alguns anos.
O Brasil, sem a Rio-200, cancelada após atritos entre a prefeitura e o organizador da corrida, Emerson Fittipaldi, foi um dos primeiros refúgios. Mas o alvo agora é a Europa, que pela primeira vez terá provas do campeonato, uma na Alemanha e outra na Inglaterra -a categoria já realiza etapas no Japão, na Austrália e no Canadá.
Na pista, porém, é impossível ignorar a presença brasileira. A Penske, equipe mais tradicional da Indy, conta com dois pilotos do país: Gil de Ferran, atual campeão, e Hélio Castro Neves.
Gil corre a primeira etapa ainda sentindo dores no ombro e nas costelas. O piloto sofreu dois acidentes na pré-temporada. Apesar disso, diz estar confiante em um bom começo de campeonato.
"Fizemos uma boa pré-temporada, e espero que nosso carro esteja competitivo", afirmou.
A Newman-Haas, outra equipe de prestígio, também é monopolizada por pilotos do país. Christian Fittipaldi tem agora a companhia de Cristiano da Matta. O piloto mineiro substitui Michael Andretti, que migrou para o terceiro carro da Green neste ano.
Entre os novatos, Bruno Junqueira é a aposta nacional. Campeão da F-3000 no ano passado, irá correr pela Ganassi. Chip Ganassi, dono da equipe, aposta no brasileiro e no francês Nicolas Minassian para retomar o sucesso do time, que já teve como campeões Jimmy Vasser (1996), Alessandro Zanardi (97 e 98) -de volta à Indy, após mais um fracasso na F-1- e Juan Pablo Montoya (99), que hoje está na Williams.
Outro brasileiro cotado é Roberto Moreno (Patrick), terceiro colocado no ano passado. O país ainda conta com Tony Kanaan (Mo Nunn), Maurício Gugelmin (PacWest), Luiz Garcia Jr. (Dale Coyne) e Max Wilson (Arciero).
Para completar o cenário, a categoria volta a merecer transmissão pela TV aberta -a Record irá transmitir a temporada juntamente com a Directv-, após anos de videoteipe no SBT.
Os primeiros treinos livres em Monterrey acontecem hoje, com duas sessões, às 13h30 e às 17h30 (de Brasília), em circuito de rua instalado em um parque da cidade. A classificação acontece amanhã, e a corrida, domingo.


Com a Reportagem Local
O jornalista Ricardo Perrone viaja a convite da equipe Mo Nunn


Texto Anterior: Futebol - José Roberto Torero: Aquele vazio na prateleira
Próximo Texto: Atletismo: Brasil disputa Mundial indoor com 4 atletas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.