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São Paulo, domingo, 09 de março de 2003

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FUTEBOL

Time, que fracassou nos primeiros jogos dos mata-matas em 2002 e acabou eliminado, pode perder até de 4 hoje

São Paulo joga sob tranquilidade atípica

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

A tranquilidade que o São Paulo terá hoje na partida contra a Portuguesa Santista não é sentida no clube há dois anos. A equipe só não avançará às finais do Paulista se perder hoje, em Santos, às 11h, por uma diferença de cinco gols.
O "bálsamo" é festejado com prudência pelo técnico Oswaldo de Oliveira, mas jogadores e diretores estão entusiasmados com a possibilidade de embalar e não ter dificuldades em atropelar os próximos adversários -tanto no Estadual como na Copa do Brasil.
"Jogadores, torcedores e diretores ficaram satisfeitos com aquela partida [5 a 0 contra Santista, na quinta-feira]. Desta vez estamos crescendo na hora certa. Azar da Santista", disse o meia-atacante Kaká, que era praticamente desconhecido quando sua equipe saboreou pela última vez a sensação de entrar em campo com o resultado "pronto".
Desde que goleou o Botafogo na partida de ida da final do Torneio Rio-São Paulo de 2001 (4 a 1), o time do Morumbi só amargou resultados ruins nos primeiros jogos de mata-matas decisivos. Pior: não conseguiu reverter o quadro nos jogos de volta.
No ano passado, foram três fracassos nas três principais competições que disputou.
No Brasileiro, depois de terminarem com folga na primeira posição na fase de classificação, os são-paulinos foram eliminados pelo Santos. O time de Emerson Leão, que depois se sagraria campeão nacional, venceu o primeiro jogo das quartas-de-final por 3 a 1 (na Vila Belmiro) e o segundo por 2 a 1 (no Morumbi).
Antes, duas vezes diante do Corinthians, a equipe então dirigida por Nelsinho Baptista caiu nos mata-matas da semifinal da Copa do Brasil e da final do Torneio Rio-São Paulo. Nos dois casos o time caiu no primeiro confronto (2 a 0 e 3 a 2) e depois não conseguiu se recuperar. Nelsinho deixou o clube, e para a sua vaga foi contratado Oswaldo de Oliveira.

Cautela e euforia
"Sair atrás sempre é mais difícil, claro. Desta vez estamos praticamente classificados, mas não podemos esquecer que faltam 90 minutos. O futebol tem exemplos de times que heroicamente conseguiram reverter placares elásticos. Temos que confirmar a classificação antes de pensar no futuro", disse o cauteloso Oliveira, já irritado com o clima de oba-oba criado após a goleada sobre a Santista.
O treinador credita exatamente a tal clima de euforia o fracasso no último Nacional. Acreditava que as derrotas para o Santos haviam se tornado uma lição para todos.
Mas as declarações de dirigentes são-paulinos, que já dão a conquista do título de campeão Paulista como certa, e a festa dos jogadores, que como Luis Fabiano já falam em artilharia, acenderam o sinal de alerta no clube.
Antes de saber qual seria o adversário do São Paulo na final do Estadual -caso o time ratifique a classificação hoje-, o diretor de futebol do clube, Carlos Augusto Barros e Silva bradava que não se preocupava nem com Corinthians nem com Palmeiras, "que, certamente, serão vice".
Já Luis Fabiano, que com os três gols que marcou na primeira partida da série semifinal pulou para a vice-liderança do ranking de artilheiros do campeonato, passou as vésperas da partida de hoje festejando a volta da sua boa forma e reclamando reconhecimento da torcida. Certo da sua contribuição para os bons resultados do São Paulo, o atacante ameaçou até deixar a equipe se "a pressão chegar a níveis insuportáveis".
"Não consigo entender por que os torcedores me vaiam. Fui artilheiro no ano passado, ajudo o time. Mas tudo bem. Não vai acontecer comigo o que aconteceu com o Dodô [que depois de brilhar pelo São Paulo, deixou o time desprestigiado". Se eu achar que não estou sendo respeitado, vou embora. Troco de time", desabafou o atacante.


NA TV - SBT, Globo e ESPN Brasil, ao vivo, às 11h


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