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Varejão faz NBA planejar nova regra
Habilidade do brasileiro em cavar faltas de ataque motiva a badalada liga de basquete a se mexer contra "encenação"
Mestre na artimanha, atleta do Cleveland Cavaliers irrita treinadores e jogadores de equipes adversárias e eleva sua popularidade nos EUA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das chaves do sucesso
do brasileiro Anderson Varejão, 24, na NBA criou tanta polêmica que está ameaçada.
A liga americana deve criar a
partir da próxima temporada a
"regra Varejão". Ela vai punir
com uma falta técnica quem
"encenar" com o objetivo de sofrer faltas de ataque.
O apelido da nova regra não é
por acaso. Varejão, do Cleveland Cavaliers, irrita treinadores e astros da NBA justamente
pela maestria nesse lance.
Com um bom posicionamento, além de coragem para receber trancos de corpos com 100
kg ou mais, o brasileiro, que
quase sempre acaba no chão
após os choques, tem eliminado a chance de cestas decisivas.
"Acho que as faltas de ataque
fazem parte do jogo, fazem parte da regra, e alguns jogadores
sabem usar esse recurso. Se
mudarem a regra, não é uma
coisa que me preocupe. Eu jogo
o meu jogo, tenho o meu estilo
e vou continuar jogando da
mesma forma como venho jogando", afirmou Varejão à Folha, ontem, por e-mail.
A liga não computa de forma
oficial essa estatística. Mas vários levantamentos nos Estados Unidos mostram a supremacia do brasileiro nela.
Na temporada passada, ele
teve a melhor média por minutos. Agora, sem contusões e
com mais tempo em quadra, lidera tanto em termos proporcionais quanto absolutos -já
foram mais de 60 sofridas.
Quase todas acontecem nos
momentos decisivos dos jogos,
quando Varejão sempre está
em quadra -ele começa as partidas na reserva. Algumas se
tornaram famosas, como uma
nos mata-matas da última temporada -falta sobre o brasileiro cometida pelo armador
Chauncey Billups, do Detroit.
Segundo Stu Jackson, vice-presidente da NBA, a liga está
"de olho" na jogada. "É um lance difícil de ser marcado em
tempo real, porém até quando
vamos cometer esses erros?",
questiona o cartola.
Os detratores de Varejão dizem que a encenação é típica do
basquete fora dos EUA e que
ela tem semelhanças com o que
acontece no futebol.
Enquanto os rivais reclamam
do brasileiro, seus colegas em
Cleveland, onde é ídolo da torcida (só perde em popularidade
para LeBron James), derramam-se em elogios a ele.
"Tem os pés mais rápidos de
qualquer jogador com a sua altura que eu já conheci", diz Mike Brown, o técnico do Cleveland, que ostenta a segunda
melhor campanha do Leste.
Varejão explica de forma
simples a jogada que o tornou
famoso e irrita os americanos.
"É tudo uma questão de posicionamento. Você tem que analisar onde o adversário vai estar
e tentar ficar na frente dele",
afirma o ala-pivô, na sua terceira temporada na NBA.
Com agências internacionais
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