São Paulo, segunda-feira, 09 de março de 2009

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JUCA KFOURI

Ronaldo é o nome do Dérbi


Com um gol nos acréscimos, o Fenômeno empatou o clássico e alcançou uma nova belíssima vitória pessoal

RONALDO ACONTECEU de novo.
Como uma fábula.
O Corinthians já tinha perdido o clássico para o Palmeiras, que fazia, no segundo tempo, por merecer a vitória.
Porque o primeiro tempo não existiu, tamanho o esforço dos dois técnicos em desconstruir o Dérbi e o esforço de marketing das duas direções de Palmeiras e Corinthians.
A palavra de ordem era destruir, destruir e destruir.
E, seguida à risca, destruía também a paciência de quem via o jogo, mais de 44 mil torcedores no Prudentão que parecia caldeirão.
Que, no entanto, foram testemunhas de um momento histórico e que saíram felizes do estádio, talvez até mesmo os que torceram e torcem pelo Palmeiras.
Ronaldo entrou aos 19min do segundo tempo, com o Palmeiras ameaçando ampliar o placar que havia aberto logo aos 4min, numa falha brutal de Felipe, que, depois, no entanto, se redimiu com três defesas difíceis.
Pois Ronaldo só não fez chover em Presidente Prudente, o que seria a benção final. De resto fez de tudo um pouco e um pouco de tudo.
Mandou uma bola no travessão de Bruno, deu um gol para André Santos da linha de fundo que Bruno salvou, sofreu uma falta clara na entrada da área não marcada e fez, de cabeça, que não é o seu forte, o gol de empate do Dérbi e da sua vitória pessoal. Sim, vitória.
Não, ainda não posso festejar meu terceiro erro em relação a ele.
Mas passo a acreditar piamente em que isso seja possível em breve.
Como saúdo a falha de Felipe, que obrigou o Corinthians a tentar jogar e permitiu ao Palmeiras contra-atacar sempre com muito perigo, mudando a cara de um jogo que se arrastava com somente uma chance de gol nos primeiros 45 minutos, bem evitada por Felipe em cabeçada de Maurício.
O gol e a diminuição do calor escaldante de 35C permitiram que se visse futebol e um novo jogo. Que mudou de novo, com a entrada de Ronaldo.
Sim, tanto Bruno quanto Marcão falharam no gol de Ronaldo, como Douglas falhou ao não dar um gol para Ronaldo em Itumbiara, falha que agora vira acerto, porque muito melhor e mais importante foi o gol em Presidente Prudente.
Mas ficou claro que Ronaldo em campo assusta os adversários, como é evidente que ele pensa muito melhor e mais rápido do que a esmagadora maioria dos jogadores.
E sua comemoração no alambrado foi tocante, infelizmente punida com um ridículo cartão amarelo.
Como foram ridículos o primeiro tempo e, mais uma vez, as declarações de Luxemburgo ao fim do jogo, tão medíocres que nem merecem que se perca espaço com elas.

Kirrata
Ronaldo Fenômeno foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa em 2002, e não o melhor jogador da Copa do Mundo de 2002, como aqui escrito ontem. Foram, na verdade, duas injustiças, porque o melhor da Copa, o goleiro alemão Oliver Kahn, não foi nem o melhor goleiro do torneio, pois Marcos o superou. E Rivaldo, pelo que fez na Alemanha, deveria ter sido eleito o melhor da temporada.

blogdojuca@uol.com.br


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