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entrevista
"Tendência é a renovação", diz Sérgio Soares
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-volante Sérgio Soares, 43, integrava a comissão
técnica de Péricles Chamusca quando este, aos 38 anos,
foi campeão da Copa do Brasil treinando o Santo André,
em 2004. Agora, como técnico, Soares tenta levar o clube
do ABC a outro feito inédito,
a conquista da taça estadual.
FOLHA - Você integra uma geração de jovens treinadores que
têm realizado boas campanhas
neste Paulista. É uma tendência
ou apenas uma coincidência?
SÉRGIO SOARES
- É uma tendência, até porque o ciclo dos
treinadores mais antigos está terminando. A tendência é
ter uma renovação.
FOLHA - Quando você diz técnicos mais antigos se refere a
quem? Muricy? Luxemburgo?
SOARES
- Eles não. Mas você
não vê mais o Leão, por
exemplo, no mercado. Hoje
você tem o [Vagner] Mancini
o Rio [no Vasco], o Silas no
Grêmio. Agora é a nossa vez.
FOLHA - O que essa geração
trouxe de novo ao futebol?
SOARES
- Nós conversamos
muito mais entre nós do que
a geração antiga. Há uma
conversa sobre atletas, uma
interação. Isso é algo novo.
FOLHA - Péricles Chamusca, que
foi campeão da Copa do Brasil
com 38 anos, acabou saindo um
pouco de cena. Isso também não
passa pela sua cabeça?
SOARES
- O que valoriza o
treinador é a conquista. Tem
de ter possibilidade de trabalhar em clubes que deem essa condição. O que te faz ficar em evidência é estar na
parte de cima da tabela.
FOLHA - O Santo André vem fazendo a melhor campanha de sua
história no Paulista. Qual o percentual do seu trabalho nisso?
SOARES
- É duro falar de si
próprio. No momento em
que tratamos do planejamento com o clube, houve
uma reformulação no elenco. Começamos a ter um mérito na escolha dos atletas.
FOLHA - O Santo André, como o
Santos de Dorival Jr., destaca-se
pela ofensividade e pela velocidade. O que você pede ao time?
SOARES
- Nós conseguimos
criar uma rotatividade no time, são todos atletas com
mobilidade. Até o Nunes
[centroavante] não fica fixo
na área. Com o treino de espaço reduzido, você aprimora ainda mais essa característica. Peço que eles não mudem a atitude, independentemente de quem seja o oponente. Hoje o futebol está tão
igual que, se você não for dinâmico, terá dificuldades para passar pelo adversário.
FOLHA - Vencer o badalado Santos, único time para o qual vocês
perderam até aqui, na decisão,
seria o troco perfeito?
SOARES
- Seria importante
conseguir uma revanche numa final de campeonato. Mas
precisamos ter calma, trabalhar muito ainda, para primeiro consolidarmos nossa
classificação à semifinal.
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