São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2010

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entrevista

"Tendência é a renovação", diz Sérgio Soares

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-volante Sérgio Soares, 43, integrava a comissão técnica de Péricles Chamusca quando este, aos 38 anos, foi campeão da Copa do Brasil treinando o Santo André, em 2004. Agora, como técnico, Soares tenta levar o clube do ABC a outro feito inédito, a conquista da taça estadual.

 

FOLHA - Você integra uma geração de jovens treinadores que têm realizado boas campanhas neste Paulista. É uma tendência ou apenas uma coincidência?
SÉRGIO SOARES
- É uma tendência, até porque o ciclo dos treinadores mais antigos está terminando. A tendência é ter uma renovação.

FOLHA - Quando você diz técnicos mais antigos se refere a quem? Muricy? Luxemburgo?
SOARES
- Eles não. Mas você não vê mais o Leão, por exemplo, no mercado. Hoje você tem o [Vagner] Mancini o Rio [no Vasco], o Silas no Grêmio. Agora é a nossa vez.

FOLHA - O que essa geração trouxe de novo ao futebol?
SOARES
- Nós conversamos muito mais entre nós do que a geração antiga. Há uma conversa sobre atletas, uma interação. Isso é algo novo.

FOLHA - Péricles Chamusca, que foi campeão da Copa do Brasil com 38 anos, acabou saindo um pouco de cena. Isso também não passa pela sua cabeça?
SOARES
- O que valoriza o treinador é a conquista. Tem de ter possibilidade de trabalhar em clubes que deem essa condição. O que te faz ficar em evidência é estar na parte de cima da tabela.

FOLHA - O Santo André vem fazendo a melhor campanha de sua história no Paulista. Qual o percentual do seu trabalho nisso?
SOARES
- É duro falar de si próprio. No momento em que tratamos do planejamento com o clube, houve uma reformulação no elenco. Começamos a ter um mérito na escolha dos atletas.

FOLHA - O Santo André, como o Santos de Dorival Jr., destaca-se pela ofensividade e pela velocidade. O que você pede ao time?
SOARES
- Nós conseguimos criar uma rotatividade no time, são todos atletas com mobilidade. Até o Nunes [centroavante] não fica fixo na área. Com o treino de espaço reduzido, você aprimora ainda mais essa característica. Peço que eles não mudem a atitude, independentemente de quem seja o oponente. Hoje o futebol está tão igual que, se você não for dinâmico, terá dificuldades para passar pelo adversário.

FOLHA - Vencer o badalado Santos, único time para o qual vocês perderam até aqui, na decisão, seria o troco perfeito?
SOARES
- Seria importante conseguir uma revanche numa final de campeonato. Mas precisamos ter calma, trabalhar muito ainda, para primeiro consolidarmos nossa classificação à semifinal.


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