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FUTEBOL
Mesmo com os melhores eventos do calendário brasileiro na temporada, torcedores de SP não prestigiam jogos
Público some de estádios paulistas
da Reportagem Local
Final do Torneio Rio-São Paulo,
clássico inédito entre Corinthians
e Palmeiras pela Libertadores e o
Estadual mais famoso do país. Nenhum desses eventos, os mais nobres do futebol brasileiro, conseguiu levar o torcedor paulista em
grande número aos estádios.
O recorde de público da temporada em São Paulo, na final do Torneio Rio-SP, entre Santos e Vasco,
atraiu menos de 33 mil torcedores
ao Morumbi.
Em outros Estados, até amistosos tiveram mais público.
No Rio de Janeiro, por exemplo,
o amistoso entre Flamengo e Fluminense, no Maracanã, teve umpúblico de 93.415 pagantes.
No Rio-SP, os jogos disputados
no Rio de Janeiro tiveram um público médio 150% maior do que as
partidas realizadas em São Paulo.
Na Libertadores, o jogo entre Corinthians e Palmeiras, que chegou
a ser tratado como a partida mais
importante da história entre esses
clubes, levou pouco mais de 28 mil
torcedores ao Morumbi, menos da
metade do público de Santa Cruz e
Sport pela primeira fase do Campeonato Pernambucano.
No Paulista-99, o primeiro clássico disputado, Palmeiras x Santos,
teve um público real de pouco
mais de 7.000 mil pessoas.
A Federação Paulista de Futebol
anuncia públicos "virtuais" com
até cinco vezes mais gente do que o
real. Segundo a própria entidade,
41 dos 60 jogos da primeira fase do
torneio tiveram um público pagante divulgado maior do que o
realmente presente.
Mesmo assim, o Paulista-99 não
chega à metade da média de público do Campeonato Baiano e ganha
por pouco do Pernambucano.
Na Bahia, onde os ingressos para
o Estadual são trocados por notas
fiscais, a média de público, mesmo
sem os jogos das semifinais, chega
a 17.035 pessoas por jogo.
As notas fiscais, porém, não são o
único chamariz para as partidas no
Baiano. No clássico entre Bahia e
Vitória, na primeira fase do torneio, mais de 56 mil pessoas pagaram ingresso para assistir a partida. Com isso, o Baiano-99 já apresenta um crescimento de 240% em
relação ao campeonato de 98.
Goiás estuda aderir à promoção
das notas fiscais, que aumentou o
público em Pernambuco no ano
passado. Cada R$ 50 em notas fiscais seriam trocados por um ingresso, e o governo local repassaria
R$ 5 para a federação.
Em Minas, a federação promove
rodadas duplas e costuma franquear a entrada de mulheres e
crianças. "Se a gente sente que o
público não vai ser bom, fazemos
essas promoções. O número de
mulheres nos estádios vem crescendo assustadoramente", conta o
secretário-geral da Federação Mineira, José Guilherme Ferreira Filho, que se surpreendeu com o público de Palmeiras x Santos.
"Você fazer um clássico para
7.000 pessoas é até triste."
Já no Rio Grande do Sul, não há
promoções organizadas pela Federação Gaúcha, embora alguns clubes tenham algum tipo de incentivo ao torcedor.
Um caso é o Brasil de Pelotas, onde cada ingresso dá direito a um
"kit-carreteiro" (comida feita com
arroz e charque).
(FÁBIO VICTOR,
PAULO COBOS e ROBERTO DIAS)
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