São Paulo, Terça-feira, 09 de Março de 1999
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Alessandro e outros heróis. E outros vilões

JUCA KFOURI
Colunista da Folha

O baixinho Alessandro é a maior sensação do futebol paulista no momento.
Veloz, driblador e com tamanho senso de colocação que, mesmo sem tamanho, faz gols de cabeça com frequência.
Já há quem fale nele para a seleção e diga que Wanderley Luxemburgo o observa.
Nada mais normal, embora seja difícil achar um lugar para ele com a amarelinha, e Luxemburgo esteja observando não só Alessandro como todos os jogadores pelo país afora -o que o distingue de seu antecessor e é sua obrigação.
Mas Alessandro tem uma qualidade adicional que ninguém ressalta: mesmo com todas as características de um jogador de fantasia, é capaz de jogar solidariamente e é comum vê-lo combatendo os adversários e desarmando-os em sua linha intermediária.

Já Juninho, do Vasco, tem lugar hoje em qualquer seleção. Ele joga bem contra o Real Madrid, contra o São Paulo, contra o Santos, contra o Bangu, não escolhe adversário.

Estão resolvidos os problemas da defesa e do ataque do Palmeiras: fica decretado que Júnior Baiano é centroavante e revogam-se as disposições em contrário.

Jorginho está para o meio-campo do Santos assim como Mauro Galvão está para a defesa do Vasco. O passe de trivela que deu para o gol de Alessandro no Morumbi merece o Oscar de efeitos especiais.

Silvinho mais uma vez gastou a bola na estréia corintiana no Paulistão. É impressionante, no entanto, o seu desconforto dentro da área adversária.
Para quem já teve técnicos especialistas nas laterais do campo, como Eduardo Amorim, Nelsinho Batista, Wanderley Luxemburgo, nada indica que seu trauma tenha solução.
A menos que Evaristo de Macedo, um goleador como poucos na história do futebol mundial, ensine o caminho das pedras. Silvinho bem que merece.

Dodô passou de qualquer limite, no sábado, no Morumbi.
Que dê bananas no zoológico, tudo bem. Para a própria torcida, porém, é demais.
Dodô é um excelente centroavante que precisa, urgentemente, mudar de ares.
Como já jogou no Paulistão -Porto Alegre, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte podem fazer muito bem à sua cabeça.
Porque a Europa que esteve tão próxima parece mais distante do que nunca.

Consta que Kleber Leite vai ancorar a mesa-redonda dominical da Band-Traffic no Rio.
Nada mais ético.
Principalmente para quem acaba de arrematar, com a sua Kefler, as placas do Maracanã.
E as arrematou, como se viu, novamente sem licitação, a exemplo do que a também sua Traffic fez no ano passado, objeto de processo na Justiça.

Com três cartões vermelhos injustos, Alfredo Loebeling ensinou como se atrapalha um grande clássico como foi Palmeiras e Santos.
Ioga, meditação e...coramina para o coração de Leão.

Sou, aqui, um sobrinho órfão.
Todo sucesso do mundo, tio Helena!


Juca Kfouri escreve às terças, sextas e domingos


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