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FUTEBOL
Ministério Público vai apurar se houve irregularidade na publicidade estática do estádio, feita sem licitação
Contrato do Maracanã é investigado
SÉRGIO RANGEL
da Sucursal do Rio
O Ministério Público Estadual do
Rio vai investigar a decisão da Suderj (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro) de
repassar, sem licitação, a publicidade estática do estádio do Maracanã durante o Campeonato Estadual deste ano.
Com o repasse, a Ferj (Federação
de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) fica com administração das
placas presentes dentro do maior
estádio carioca.
A informação foi dada ontem pelo segundo subprocurador-geral
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Élio Fischberg.
A partir de hoje, funcionários da
Coordenadoria de Defesa da Cidadania vão investigar o caso para
verificar se há alguma irregularidade na concessão do governo para a entidade esportiva que organiza o futebol no Rio.
Lei desobedecida
O presidente da Suderj, Francisco de Carvalho, o secretário Estadual de Ação Social, de Esporte e
de Lazer, Antônio Pitanga (PT), e o
presidente da Ferj, Eduardo Viana,
deverão ser convocados para depor durante a investigação sobre a
publicidade no estádio.
A negociação entre a Suderj, órgão que administra o Maracanã, e
a Ferj foi revelada pela Folha no
domingo.
Caso seja considerado irregular,
o Ministério Público poderá anular o contrato ou qualificar os envolvidos em algum ilícito penal.
A lei federal 8.666/93, que regulamenta as licitações na administração pública, determina a realização de licitação nesse caso, o que
não ocorreu.
Valores inferiores
Pela cessão das placas no estádio
durante o Campeonato Estadual,
segundo o presidente da Suderj, o
órgão público vai receber a quantia
de R$ 300 mil.
O valor que a Ferj pagará é inferior, por exemplo, ao recebido pela
própria Suderj durante o Torneio
Rio-São Paulo, encerrado há seis
dias.
Nessa ocasião, a Brilho Publicidade & Promoções Ltda. desembolsou R$ 369.999,99 para comercializar as 26 placas do estádio na
competição após vencer uma licitação pública.
Além da investigação do Ministério Público do Rio, a bancada do
PT (Partido dos Trabalhadores) na
Assembléia Legislativa do Rio realizará uma reunião hoje para analisar o assunto.
Os deputados desse partido devem pedir ao secretário Pitanga a
anulação imediata do contrato
acertado.
Por seu lado, o secretário disse
que a negociação foi aprovada por
sua assessoria jurídica, mas admitiu poder cancelar o acordo caso
ocorra uma decisão judicial nesse
sentido.
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