São Paulo, segunda-feira, 09 de abril de 2007

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JUCA KFOURI

A chuva depois da tempestade

A eliminação da Copa do Brasil é mais grave que no Campeonato Paulista; as duas juntas serão de doer?

DESGRAÇA pouca é bobagem mesmo. O Palestra Itália sabe. A noite da última quinta-feira tinha se fechado dramaticamente com a cobrança de Luciano Sorriso, do Ipatinga, que desclassificou o Palmeiras da Copa do Brasil. Copa do Brasil que era a grande competição deste ano para um clube em fase de transição, porque seu sistema permite vencê-la mesmo sem uma grande equipe.
Situação idêntica, aliás, à do Vasco, que entre os tais mil e a Copa do Brasil, no fim, se desmilingüiu. Pois eis que a tarde de domingo foi aberta, por Dinei, do Guará, também de maneira catastrófica. No mesmo gol, entre um balançar da rede e outro, apenas 20 segundos se passaram da quinta-feira à noite para a tarde de Páscoa.
E a eliminação também do Campeonato Paulista soou como inevitável, apesar de ainda possível. Mas se naquela noite o Palmeiras tinha feito um belo primeiro tempo, ontem a atuação esmeraldina foi uma decepção. O time parecia anestesiado, da defesa ao ataque, passando pelo meio-campo. Tanto que só o Guaratinguetá criava e levava perigo.
Se o 1 a 0 antes de meio minuto de jogo podia ser creditado ao acaso, até os 30 minutos, quando Dinei ampliou de fora da área, o time do Vale do Paraíba criara pelo menos mais três oportunidades de gol. E assim o jogo continuou, com Dinei desperdiçando chance de ouro aos 39min, para matar o jogo. Não matou e, por sorte, aos 44min, Valdívia achou um gol. Seria a ressurreição?
Para melhorar, o Guaratinguetá ficou com apenas dez jogadores logo aos 7min do segundo tempo. Corajoso, Edmundo bateu o pênalti do empate aos 23min e no minuto seguinte o Guará ficou com nove. Estava aberta a porta da virada para os torcedores, com pouco mais de 5.000 torcedores que tomaram muita chuva no Palestra. Porque o empate ainda seria pouco, muito pouco. Como foi, porque a virada ficou só na ameaça. Talvez a eliminação, como aconteceu para o Corinthians, seja o que de melhor possa vir a acontecer ao irregular alviverde. Porque não dá para imaginar nem um nem outro em dois confrontos com Santos e São Paulo, tamanha a diferença entre eles. Em 90 minutos, é verdade, tudo pode acontecer.
Mas, em 180, tudo que deve acontecer será mesmo a eliminação nas semifinais, eventualmente com direito a humilhação por parte de rival tradicional, daquelas derrotas que machucam mais. Melhor ficar por aqui e se preparar para campanhas, ao menos, dignas, no Campeonato Brasileiro. Santos, São Paulo e São Caetano, os três últimos campeões estaduais, e Bragantino que, ao lado do Azulão e da Internacional de Limeira, é um dos três pequenos que já comemoram o título, devem ir à luta nas semifinais.
Entre os quatro, só o Bragantino não é santo... E corre risco. Bragantino que poderá se reencontrar justamente com Vanderlei Luxemburgo que o levou ao título solitário, o mesmo técnico que persegue o bicampeonato com o Santos, coisa que só o São Paulo, de Muricy Ramalho, o técnico da conquista do Azulão, poderá impedir.

Nos outros Estaduais
Não bastasse estar eliminado do Campeonato Gaúcho, o Inter corre sério risco de ser o único brasileiro a cair fora da Libertadores. O Fluminense e o Vasco dão um vexame atrás do outro, patéticos, o primeiro eliminado no Rio e o segundo classificado com derrota em Cabo Frio.
Se o Inter tem saldo, Flu e Vasco podem dar as mãos ao Corinthians para tapar o rosto de vergonha.

blogdojuca@uol.com.br


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