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JUCA KFOURI
A chuva depois da tempestade
A eliminação da Copa do Brasil é mais grave que no Campeonato Paulista; as duas juntas serão de doer?
DESGRAÇA pouca é bobagem
mesmo. O Palestra Itália sabe. A noite da última quinta-feira tinha se fechado dramaticamente com a cobrança de Luciano
Sorriso, do Ipatinga, que desclassificou o Palmeiras da Copa do Brasil.
Copa do Brasil que era a grande
competição deste ano para um clube
em fase de transição, porque seu sistema permite vencê-la mesmo sem
uma grande equipe.
Situação idêntica, aliás, à do Vasco, que entre os tais mil e a Copa do
Brasil, no fim, se desmilingüiu.
Pois eis que a tarde de domingo foi
aberta, por Dinei, do Guará, também
de maneira catastrófica.
No mesmo gol, entre um balançar
da rede e outro, apenas 20 segundos
se passaram da quinta-feira à noite
para a tarde de Páscoa.
E a eliminação também do Campeonato Paulista soou como inevitável, apesar de ainda possível.
Mas se naquela noite o Palmeiras
tinha feito um belo primeiro tempo, ontem a atuação esmeraldina
foi uma decepção. O time parecia
anestesiado, da defesa ao ataque,
passando pelo meio-campo.
Tanto que só o Guaratinguetá
criava e levava perigo.
Se o 1 a 0 antes de meio minuto
de jogo podia ser creditado ao acaso, até os 30 minutos, quando Dinei ampliou de fora da área, o time
do Vale do Paraíba criara pelo menos mais três oportunidades de gol.
E assim o jogo continuou, com
Dinei desperdiçando chance de ouro aos 39min, para matar o jogo.
Não matou e, por sorte, aos
44min, Valdívia achou um gol.
Seria a ressurreição?
Para melhorar, o Guaratinguetá
ficou com apenas dez jogadores logo aos 7min do segundo tempo.
Corajoso, Edmundo bateu o pênalti do empate aos 23min e no minuto seguinte o Guará ficou com
nove. Estava aberta a porta da virada para os torcedores, com pouco
mais de 5.000 torcedores que tomaram muita chuva no Palestra.
Porque o empate ainda seria
pouco, muito pouco. Como foi,
porque a virada ficou só na ameaça.
Talvez a eliminação, como aconteceu para o Corinthians, seja o
que de melhor possa vir a acontecer ao irregular alviverde.
Porque não dá para imaginar
nem um nem outro em dois confrontos com Santos e São Paulo, tamanha a diferença entre eles.
Em 90 minutos, é verdade, tudo
pode acontecer.
Mas, em 180, tudo que deve
acontecer será mesmo a eliminação nas semifinais, eventualmente
com direito a humilhação por parte de rival tradicional, daquelas
derrotas que machucam mais.
Melhor ficar por aqui e se preparar para campanhas, ao menos,
dignas, no Campeonato Brasileiro.
Santos, São Paulo e São Caetano,
os três últimos campeões estaduais, e Bragantino que, ao lado do
Azulão e da Internacional de Limeira, é um dos três pequenos que
já comemoram o título, devem ir à
luta nas semifinais.
Entre os quatro, só o Bragantino
não é santo... E corre risco.
Bragantino que poderá se reencontrar justamente com Vanderlei
Luxemburgo que o levou ao título
solitário, o mesmo técnico que persegue o bicampeonato com o Santos, coisa que só o São Paulo, de
Muricy Ramalho, o técnico da conquista do Azulão, poderá impedir.
Nos outros Estaduais
Não bastasse estar eliminado do
Campeonato Gaúcho, o Inter corre
sério risco de ser o único brasileiro
a cair fora da Libertadores.
O Fluminense e o Vasco dão um
vexame atrás do outro, patéticos, o
primeiro eliminado no Rio e o segundo classificado com derrota em
Cabo Frio.
Se o Inter tem saldo, Flu e Vasco
podem dar as mãos ao Corinthians
para tapar o rosto de vergonha.
blogdojuca@uol.com.br
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