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San Francisco recebe de Nobel a astro de cinema
Etapa americana do revezamento quer preservar tocha e direito a manifestação
Presidente francês lamenta atos durante a passagem em Paris, mas pede que haja diálogo entre China e Tibete para decidir se irá aos Jogos
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob forte aparato de segurança, a tocha olímpica chegou ontem pouco antes das 4h da madrugada a San Francisco, nos
EUA, onde hoje cumprirá mais
uma etapa de seu revezamento.
Cerca de 500 agentes acompanharam o desembarque do
artefato no aeroporto. De lá, a
tocha seguiu para um local não
revelado, onde ficará até hoje.
"Tratamos esse assunto como se fosse a visita de um chefe
de Estado", comparou Mike
McCarron, porta-voz do aeroporto internacional da cidade.
Após os protestos de grupos
pró-Tibete em Londres e Paris,
cresceu a pressão chinesa sobre
as autoridades locais, alegando
que, no caso europeu, houve leniência das forças policiais.
Nicolas Sarkozy lamentou o
episódio parisiense. "Foi um
espetáculo triste. Entendo porque ficaram ofendidos. Não são
imagens positivas." O presidente da França, porém, pediu
a retomada de conversações
entre China e Tibete. "Em razão do reinício desse diálogo,
determinarei as condições de
nossa participação na cerimônia de abertura [dos Jogos]."
A chegada da tocha a San
Francisco também provocou a
Casa Branca. Ontem, porta-voz
do governo Bush repetiu que o
presidente irá aos Jogos, mas
que "os planos podem mudar".
Em San Francisco, os manifestantes se concentraram ontem na United Nations Plaza.
Não houve confusão, mas, para
hoje, a polícia divulgou que espera encontrar um "balanço
entre o direito de manifestação
e o de a cidade receber a tocha".
O percurso será de cerca de
10 km e pode ser alterado inclusive após o início do evento.
Ontem, um dos corredores
que participariam do revezamento foi desligado da festa
-seu nome não foi revelado.
"Nossa primeira preocupação é
com a segurança", justificou
David Perry, porta-voz do Comitê de Revezamento da Tocha
Olímpica em San Francisco.
Anteontem, estudantes escalaram a ponte Golden Gate,
cartão-postal da cidade, para
pendurar faixas pró-Tibete.
Hoje, um dos pontos de protesto deverá ser em frente à prefeitura. ONGs e até o ator Richard
Gere e o sul-africano Desmond
Tutu, prêmio Nobel da Paz em
1984, são esperados.
Nos últimos dias, cresceu na
cidade a tensão entre as comunidades chinesa -a maior dos
EUA- e tibetana. Estudantes
chineses no país organizaram
caravanas para expressar apoio
aos Jogos de Pequim.
Com agências internacionais
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