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FUTEBOL
O brasileiro, eleito melhor jogador na França, pretende jogar na seleção ao lado de Ronaldinho e Romário
Anderson quer ser o 3º homem do Brasil
MARTA AVANCINI
de Paris
Depois de ter sido eleito o melhor
jogador do ano na França, o atacante brasileiro Anderson da Silva,
o Sonny Anderson, 26, quer ser o
terceiro "goleador" da seleção, ao
lado de Romário e Ronaldinho.
Contratado pelo Monaco há três
anos e meio, Anderson diz que está
no melhor momento da carreira.
Com 18 gols no Campeonato
Francês, Anderson foi o artilheiro
do Monaco. Pela performance na
competição, o atacante foi eleito o
melhor jogador do ano.
A eleição, em que cerca de 600
jogadores votaram, foi organizada
pela União Nacional dos Jogadores Profissionais de Futebol e outras entidades ligadas ao esporte.
Ele já havia recebido, no ano passado, o prêmio de melhor jogador
da revista "France Football".
Anderson joga na Europa desde
93. Ele já passou pelo Cervette (em
Genebra, na Suíça) e pelo Olympique antes de se fixar no Monaco.
Antes disso, ele jogou pelo Vasco, entre 88 e 91, onde começou
sua carreira, e pelo Guarani, de
Campinas (SP), entre 91 e 92.
O jogador mora em Mônaco com
a mulher, Cristina, e os dois filhos,
Larissa e Loic, e diz estar adaptado
"à vida de estrangeiro".
Folha - Como você se sentiu ao
ser eleito o melhor jogador do ano
na França?
Anderson - Foi muito importante, principalmente porque fui
escolhido por outros jogadores. É
um reconhecimento importante.
Folha - Qual a avaliação que você
faz do seu desempenho durante o
campeonato da França este ano?
Anderson - Foi difícil porque o
Monaco não era campeão havia
nove anos. Existia uma pressão
muito forte para vencermos. Teve
uma fase difícil, até novembro,
quando estávamos oito pontos
atrás Paris do Saint-Germain, mas
o time melhorou e chegou 11 pontos à frente.
Folha - E a sua atuação?
Anderson - Acho que fui bem, e
o resultado é o prêmio. Não me
machuquei e pude participar de
todos os jogos. Com isso, meu trabalho cresceu e acabou aparecendo, apesar de ter sido puxado.
São muitos campeonatos acontecendo ao mesmo tempo, o que
sobrecarrega. Em nove meses, foram uns 50 jogos em quatro competições diferentes. Mas eu estou
ganhando experiência.
Folha - Depois de ter sido eleito o
melhor jogador da França, quais
são suas ambições?
Anderson - Quando um jogador chega ao auge da carreira, ele
pensa em atuar em uma seleção.
Quando ele está bem, ele tem de
ser convocado.
Folha - No caso, você está falando da seleção brasileira?
Anderson - Sim, é claro.
Folha - O que você pode acrescentar à seleção brasileira?
Anderson - Gols.
Folha - Quer dizer então que você acha que faltam goleadores?
Anderson - Não, não é isso. A
seleção já tem o Romário e o Ronaldinho, que são goleadores. Mas
é preciso mais um, e eu posso ser o
terceiro goleador da seleção.
Folha - O Zagallo sempre disse
que não convocaria você porque já
conhecia o seu estilo de jogo desde a época em que ele foi técnico
do Vasco. Agora, depois que você
foi premiado, existem boatos de
que ele estaria pensando em convocar você...
Anderson - O Zagallo está vendo que tudo o que dizem sobre
mim é verdade e não são boatos.
Os prêmios que recebi são a prova
e a confirmação de eu estou bem.
Acho que isso pode estar fazendo
ele repensar as coisas.
Folha - Você pretende voltar a jogar no Brasil?
Anderson - Eu tenho saudades,
mas tenho mais quatro anos de
contrato. Minha vida está muito
boa. Se voltar, vai ser mais tarde.
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