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FUTEBOL
Após recusas que recebeu de técnicos que nem teria convidado, clube afirma que agora só presidente fará contatos
São Paulo baixa norma contra boataria
MARÍLIA RUIZ
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para não receber mais o que
considera "recusas precipitadas",
o São Paulo anunciou ontem que
cortou os intermediários e que a
partir de agora só o presidente
Marcelo Portugal Gouvêa pode
fazer convites em nome do clube.
"Só o presidente faz contatos
em nome do São Paulo", disse
Carlos Augusto Barros e Silva, diretor de futebol são-paulino.
"Conversamos internamente,
mas apenas o Marcelo irá negociar diretamente, fazer proposta
ou convite oficial. Até agora, que
eu saiba, isso não aconteceu."
Causaram mal-estar no Morumbi as declarações de Francisco Lopes, diretor de futebol do
Santos, e Emerson Leão, técnico
da equipe da Vila, dizendo que o
São Paulo o havia convidado para
o lugar de Oswaldo de Oliveira.
O presidente Marcelo Teixeira
ficou furioso com a cúpula são-paulina, a quem acusa de "falta de
ética" por tentar tirar Leão do
Santos com o Brasileiro e a Libertadores em andamento.
Ontem mesmo Gouvêa desmentiu a informação. Por intermédio de sua assessoria, afirmou não ter apresentado propostas
nem para Leão nem para Tite, do
Grêmio. "Não fiz proposta para
ninguém até o momento."
Apesar de o presidente dizer
que não convidou ninguém, na
segunda o técnico gremista anunciou que ficaria no Sul para dirigir
sua equipe na Libertadores -ontem à noite enfrentaria o Olimpia,
em casa, pelas oitavas-de-final.
Não estaria, portanto, disponível
para assumir o São Paulo.
Na terça foi a vez de Muricy Ramalho, técnico do Inter, dizer que,
apesar de satisfeito com uma suposta sondagem, não iria voltar
para o clube do Morumbi. Anteontem Leão anunciou ter recusado convite do São Paulo, e ontem Dario Pereyra afirmou que
suposta proposta dos paulistas
não seria das mais interessantes e
que seguiria no Paysandu.
"Os muitos "nãos" têm a ver com
os vários ramos de frentes de trabalho. Algumas pessoas bem-intencionadas e outras mal-intencionadas fazem contatos, mas não
é nada oficial. Cinco pessoas diferentes chegaram a ligar nos oferecendo o mesmo técnico", reclamou Barros e Silva.
Ao desembarcar com a delegação em São Paulo após o empate
por 0 a 0 com o Goiás, pela Copa
do Brasil, o diretor avisou que domingo, contra o Atlético-MG, Roberto Rojas continuará no banco
como técnico interino.
"Claro que estamos aliviados
[com o trabalho de Rojas, que ganhou um jogo e empatou outro
como interino]. Não perder já é
um alívio e nos dá tranquilidade
para trabalhar."
"Não mudei de idéia depois desses resultados. Nas condições em
que estamos, qualquer resultado
positivo é bom", disse Rojas, que
quer voltar a ser apenas treinador
de goleiros. "Estou só esperando a
diretoria tomar uma solução.
Mas, enquanto isso, tenho que levar o trabalho adiante."
"Não há mistério levar um time
para a frente. Joguei durante 20
anos e sei como lidar com os jogadores", completou o chileno.
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