São Paulo, domingo, 09 de maio de 2010

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Sob vaias, Palmeiras evita o pior

Após Robert virar alvo da fúria da torcida ao perder pênalti, Lincoln salva time no 1º jogo do Nacional

Palmeiras 1
Vitória 0


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras provou ontem que pênalti não é, mesmo, a sua especialidade. O atacante Robert roubou do meia Diego Souza o rótulo de jogador mais detestado pela torcida no momento. E a estreia do time no Brasileiro só não virou uma tragédia graças a Lincoln.
O gol dele, feito aos 34min do segundo tempo, foi o único contra o Vitória, que jogava com um homem a menos desde a expulsão do zagueiro Wallace, minutos antes, pela penalidade cometida em Ewerthon.
Mais uma vez, o Palmeiras mostrou que precisa treinar muito esse tipo de finalização.
No meio da semana, foi eliminado da Copa do Brasil pelo Atlético-GO depois de ter perdido no tempo normal por 1 a 0 e protagonizado um festival de erros na disputa de pênaltis -desperdiçou quatro, contra três da equipe goiana.
No caso específico de Robert, ele já perdera um pênalti contra o Atlético-PR, pela Copa do Brasil, e ontem voltou a falhar. Chutou quase à meia altura, e o goleiro Viáfara conseguiu espalmar por cima do travessão.
Só por esses dois erros a torcida já teria xingado o centroavante. Mas outros dois ingredientes contribuíram para a substituição do atleta sob sonoras vaias instantes depois.
Primeiro, os torcedores nunca confiaram em Robert desde que ele foi contratado, em agosto do ano passado. O próprio atacante tem ciência disso.
Segundo, minutos antes ele havia perdido um gol sem goleiro. Ewerthon cruzou rasteiro e, com Viáfara já no chão, Robert arrematou para fora.
Quando o técnico Antônio Carlos o tirou e colocou Paulo Henrique, o camisa 20 vivenciou situação parecida à de Diego Souza. A diferença foi que ao invés de um dedo médio ofensivo, Robert respondeu com palmas aos seus críticos.
"Aqui sempre foi assim. A torcida sempre me vaiou, mas, quando faço gol, batem palmas. O importante é estar tranquilo, trabalhar, dar a volta por cima", disse Robert, que tentou ficar indiferente diante do público.
"Já tenho 29 anos, não é por causa dessa torcida que vou abaixar a cabeça. Para mim, não vale nada o que eles estão falando, até porque têm todo o direito de me criticar", completou.
O reencontro do Palmeiras com sua massa após a queda na Copa do Brasil foi uma sequência da turbulência vivida pelo clube. Desde que pisaram no campo, os atletas escutaram os gritos de "time sem vergonha".
Os mais de 6.000 pagantes, porém, apoiaram o time, ignorando o baixo nível técnico, mas não pouparam Antônio Carlos, chamado de "burro".
No final, valeu o resultado obtido pelo gol de Lincoln, o mais aplaudido em campo.


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