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Sob vaias, Palmeiras evita o pior
Após Robert virar alvo da fúria da torcida ao perder pênalti, Lincoln salva time no 1º jogo do Nacional
Palmeiras 1
Vitória 0
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras provou ontem
que pênalti não é, mesmo, a sua
especialidade. O atacante Robert roubou do meia Diego
Souza o rótulo de jogador mais
detestado pela torcida no momento. E a estreia do time no
Brasileiro só não virou uma tragédia graças a Lincoln.
O gol dele, feito aos 34min do
segundo tempo, foi o único
contra o Vitória, que jogava
com um homem a menos desde
a expulsão do zagueiro Wallace,
minutos antes, pela penalidade
cometida em Ewerthon.
Mais uma vez, o Palmeiras
mostrou que precisa treinar
muito esse tipo de finalização.
No meio da semana, foi eliminado da Copa do Brasil pelo
Atlético-GO depois de ter perdido no tempo normal por 1 a 0
e protagonizado um festival de
erros na disputa de pênaltis
-desperdiçou quatro, contra
três da equipe goiana.
No caso específico de Robert,
ele já perdera um pênalti contra o Atlético-PR, pela Copa do
Brasil, e ontem voltou a falhar.
Chutou quase à meia altura, e o
goleiro Viáfara conseguiu espalmar por cima do travessão.
Só por esses dois erros a torcida já teria xingado o centroavante. Mas outros dois ingredientes contribuíram para a
substituição do atleta sob sonoras vaias instantes depois.
Primeiro, os torcedores nunca confiaram em Robert desde
que ele foi contratado, em agosto do ano passado. O próprio
atacante tem ciência disso.
Segundo, minutos antes ele
havia perdido um gol sem goleiro. Ewerthon cruzou rasteiro e,
com Viáfara já no chão, Robert
arrematou para fora.
Quando o técnico Antônio
Carlos o tirou e colocou Paulo
Henrique, o camisa 20 vivenciou situação parecida à de Diego Souza. A diferença foi que ao
invés de um dedo médio ofensivo, Robert respondeu com palmas aos seus críticos.
"Aqui sempre foi assim. A
torcida sempre me vaiou, mas,
quando faço gol, batem palmas.
O importante é estar tranquilo,
trabalhar, dar a volta por cima",
disse Robert, que tentou ficar
indiferente diante do público.
"Já tenho 29 anos, não é por
causa dessa torcida que vou
abaixar a cabeça. Para mim, não
vale nada o que eles estão falando, até porque têm todo o direito de me criticar", completou.
O reencontro do Palmeiras
com sua massa após a queda na
Copa do Brasil foi uma sequência da turbulência vivida pelo
clube. Desde que pisaram no
campo, os atletas escutaram os
gritos de "time sem vergonha".
Os mais de 6.000 pagantes,
porém, apoiaram o time, ignorando o baixo nível técnico,
mas não pouparam Antônio
Carlos, chamado de "burro".
No final, valeu o resultado
obtido pelo gol de Lincoln, o
mais aplaudido em campo.
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