São Paulo, domingo, 09 de maio de 2010

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JUCA KFOURI

Começo insosso


O Brasileirão começou sem nenhuma preparação e em meio às decisões da Copa do Brasil e da Libertadores

HÁ QUEM ache que este começo chocho tem a ver com a proximidade da Copa do Mundo, a menos de um mês.
Pode ser. Mas parece que a sem- -gracice tem mais a ver com as quartas de final da Libertadores e com as semifinais da Copa do Brasil, depois de um meio de semana em que o Flamengo eliminou o Corinthians e apenas uma semana depois do fim dos Estaduais menos desimportantes, como os de São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul.
"E começa sem dar tempo para os campeões estaduais curarem a ressaca de suas comemorações e sem dar tempo para os vice-campeões pensarem as mágoas de suas dores (...) Ora, não seria possível escolher um domingo isolado, sem nada antes nem depois, para começar a competição mais importante de nosso futebol desde 1971 em tarde de gala pelo país afora?
Sendo realista, a resposta verdadeira é não, porque o excesso de datas conferido aos Estaduais, que garantem as reeleições do presidente da CBF, de fato, impede que se alterne inteligentemente o Campeonato Brasileiro com a Copa do Brasil, a ponto de nossos clubes na Libertadores nem a disputarem".
Note que este último trecho do texto está entre aspas, porque copiado da coluna aqui publicada na mesma época em 2009.
E poderia ir buscar outras colunas na semana de abertura do Campeonato Brasileiro para comprovar que nada mudou e nada muda.
E que a CBF, sem a menor vocação e paciência para organizar coisa alguma além da seleção, está pouco ligando para dar um mínimo de pompa e circunstância para o campeonato mais importante do país.
Campeonato que começou com um embate entre os campeões cariocas e paulistas, embora estes últimos com time misto, porque mais preocupados com o Grêmio pela Copa do Brasil no meio da semana que entra.
Que prossegue hoje com um Flamengo x São Paulo, 12 títulos nacionais somados, que tinha tudo para ser sensacional, o jogo certo mesmo para abrir o campeonato no Maracanã, não fosse o fato de que o rubro-negro só pensa na Universidad de Chile e o São Paulo só pensa no Cruzeiro, que, por sua vez, tem o Inter pela frente no Beira-Rio, embora com o São Paulo na cabeça da mesma maneira que o anfitrião se liga apenas no Estudiantes.
Será pedir demais que quem faça a tabela pense nisso tudo?
É claro que não. Porque as datas, tanto da Copa do Brasil quanto da Libertadores, já estavam mais que sabidas antes de se fazer a tabela do Brasileirão e era perfeitamente possível imaginar quem estaria envolvido com elas.
No máximo seria aceitável errar por excesso, ao se prever, por exemplo, que poderíamos ter os cinco brasileiros nesta fase da Libertadores, embora o Corinthians, bem, deixa pra lá.
Uma pena que tenhamos um começo quase clandestino para um campeonato que ainda sofrerá a inevitável interrupção durante a Copa do Mundo.

Viva!
E não aconteceu a proteção que um cartolão corintiano garantia ter obtido pela Libertadores.

blogdojuca@uol.com.br


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