FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A BAD BRÜCKENAU

Para quem acha uma bobagem alguns treinos da seleção de Carlos Alberto Parreira, valeria ver o que andam fazendo os próximos rivais do Brasil. Ontem, a cinco dias do duelo em Berlim, a Croácia foi a campo, mas não tocou o pé na bola. O treino foi um jogo de handebol, esporte em que o país é o atual campeão olímpico.
Embora tenha sido um relaxamento, comum nos dias que sucedem jogos (a Croácia perdeu anteontem amistoso para a Espanha em Genebra), a brincadeira caiu como uma luva a um time cheio de contusões e com uma preparação bem mais atribulada do que a do Brasil.
Quatro titulares absolutos seriam dúvida caso o jogo fosse hoje: o ala Srna, o zagueiro Robert Kovac, o meia Niko Kovac, irmão deste, e o zagueiro Simunic. De início cotado para entrar no time contra o Brasil por sua velocidade, o atacante Olic é desfalque certo.
Segundo os médicos, todos os problemas envolvem lesão, dores musculares ou traumas, não tendo nada a ver com a infecção intestinal que atingiu há poucos dias boa parte da equipe, possivelmente causada por alguma refeição em Wolfsburg.
As contusões são fruto da agenda apertada dos croatas. Enquanto o Brasil fez dois amistosos na sua pré-temporada, goleadas sobre Nova Zelândia e uma seleção do Lucerna FC, os croatas jogaram quatro.
Ganharam da Áustria de goleada (4 a 1), empataram com o Irã (2 a 2) e perderam para Polônia (1 a 0) e Espanha (2 a 1).
O "rachão" de handebol durou cerca de meia hora. Depois, o time fez alongamento e deixou o campo, sem dar entrevistas. Pouquíssimos torcedores acompanharam de longe a movimentação -nada de gritos nem pedidos de autógrafo.
Outro abismo em relação aos treinos do Brasil em Weggis e Königstein é a quantidade de jornalistas. Ontem havia menos de 30, quase todos croatas. Segundo a CBF, são mil credenciados cobrindo os treinos da seleção brasileira na Alemanha, embora normalmente pareça haver no máximo a metade disso na Arena Zagallo.


Texto Anterior: Bê-a-bá: No Japão, Zico enfatiza treinamento de fundamentos e também de jogadas de bola parada
Próximo Texto: Juca Kfouri: O avesso da festa
Índice