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Federer conquista Wimbledon e se equipara a Borg
Suíço derrota arqui-rival Nadal em partida histórica e
alcança o quinto título consecutivo no Grand Slam inglês
Sueco, que ao levar o penta na grama, em 1980, disse que ninguém igualaria seu feito por pelo menos por 50 anos, viu sua profecia ruir
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1980, ao derrotar o americano John McEnroe e conquistar seu quinto título consecutivo em Wimbledon, o sueco
Bjorn Borg previu: "Durante 50
anos irão falar de mim e dizer
que nunca houve outro igual".
O sueco, que retornava ontem à quadra central só pela segunda vez desde sua aposentadoria, em 1982, viu o quanto a
sua profecia estava errada.
Em um confronto épico, o
suíço Roger Federer derrotou o
arqui-rival, o espanhol Rafael
Nadal, por 3 sets a 2 (7/6, 4/6,
7/6, 2/6 e 6/2), e igualou a marca do tenista sueco.
"Obrigado por vir, é uma
honra jogar diante de você",
discursou Federer, ainda em
quadra, dirigindo-se a Borg.
Além deles, há ainda outros
tenistas que venceram o mais
tradicional torneio de tênis cinco vezes seguidas: Willie Renshaw, que teve seis títulos seguidos (de 1881 a 1886), e Laurie
Doherty (de 1902 a 1906).
A grande diferença é que os
feitos de Renshaw e Doherty,
obtidos muito antes do profissionalismo, eram mais fáceis.
Naquela época, o campeão
avançava automaticamente para a decisão e precisava vencer
uma vez para revalidar o troféu.
O título de ontem também
guarda outra semelhança com
as conquistas de Borg.
O suíço triunfou sem antes
disputar um torneio de aquecimento na grama. Nos seus quatro títulos anteriores, Federer
também foi campeão em Halle,
onde fez a transição da temporada de saibro para a grama.
Neste ano, ele pediu desculpas aos organizadores do evento alemão, mas alegou que precisava se poupar depois da desgastante final em Roland Garros, também contra Nadal.
Como acumulou vitórias em
Wimbledon e Halle, Federer
havia superado já na temporada passada outra marca de
Borg: a de triunfos consecutivos na grama (41). Com a vitória de ontem, já soma 54.
O líder do ranking também
conseguiu diminuir a desvantagem que ostenta contra Nadal,
número dois. Em 13 confrontos, só tem cinco vitórias.
"É uma boa rivalidade", afirmou Federer, número um do
mundo desde fevereiro de
2004. "Estamos juntos no topo
do ranking há mais de cem semanas, construindo uma das
grandes rivalidades do tênis."
Nadal ocupa o segundo posto
desde julho de 2005. Dos 13
confrontos protagonizados pelos dois, 10 aconteceram em finais, sendo quatro deles em decisões de Grand Slams.
O pentacampeão de Wimbledon acumula agora 11 títulos de
Grand Slam, ao lado do próprio
Borg e do australiano Rod Laver (vencedor nos anos 60).
À frente deles, somente o
australiano Roy Emerson (12) e
o americano Pete Sampras (14).
"Eu adoraria igualar este recorde", afirmou Federer, referindo-se ao americano. "Pete
Sampras é talvez o maior jogador que nós tivemos. Estar no
mesmo nível de Sampras, meu
antigo ídolo, é algo incrível,
mas ainda não estou lá."
Aos 25 anos, o suíço diz que a
lista das coisas "a fazer" ainda o
motiva. "Nunca venci Paris
[Roland Garros], a Copa Davis,
a Olimpíada e tantos outros
torneios que gostaria de ganhar", listou Federer. "Mas se
não conseguir vencer todos
eles, tudo bem. Estou construindo uma grande carreira."
E Borg, que disse que Federer pode ganhar Wimbledon
até oito vezes, fez outra previsão. "Ele é tão completo, que, se
conseguir ficar longe das contusões e mantiver a motivação,
vai ser o maior da história."
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