São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2007

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Federer conquista Wimbledon e se equipara a Borg

Suíço derrota arqui-rival Nadal em partida histórica e alcança o quinto título consecutivo no Grand Slam inglês

Sueco, que ao levar o penta na grama, em 1980, disse que ninguém igualaria seu feito por pelo menos por 50 anos, viu sua profecia ruir


DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1980, ao derrotar o americano John McEnroe e conquistar seu quinto título consecutivo em Wimbledon, o sueco Bjorn Borg previu: "Durante 50 anos irão falar de mim e dizer que nunca houve outro igual".
O sueco, que retornava ontem à quadra central só pela segunda vez desde sua aposentadoria, em 1982, viu o quanto a sua profecia estava errada.
Em um confronto épico, o suíço Roger Federer derrotou o arqui-rival, o espanhol Rafael Nadal, por 3 sets a 2 (7/6, 4/6, 7/6, 2/6 e 6/2), e igualou a marca do tenista sueco.
"Obrigado por vir, é uma honra jogar diante de você", discursou Federer, ainda em quadra, dirigindo-se a Borg.
Além deles, há ainda outros tenistas que venceram o mais tradicional torneio de tênis cinco vezes seguidas: Willie Renshaw, que teve seis títulos seguidos (de 1881 a 1886), e Laurie Doherty (de 1902 a 1906).
A grande diferença é que os feitos de Renshaw e Doherty, obtidos muito antes do profissionalismo, eram mais fáceis.
Naquela época, o campeão avançava automaticamente para a decisão e precisava vencer uma vez para revalidar o troféu.
O título de ontem também guarda outra semelhança com as conquistas de Borg.
O suíço triunfou sem antes disputar um torneio de aquecimento na grama. Nos seus quatro títulos anteriores, Federer também foi campeão em Halle, onde fez a transição da temporada de saibro para a grama.
Neste ano, ele pediu desculpas aos organizadores do evento alemão, mas alegou que precisava se poupar depois da desgastante final em Roland Garros, também contra Nadal.
Como acumulou vitórias em Wimbledon e Halle, Federer havia superado já na temporada passada outra marca de Borg: a de triunfos consecutivos na grama (41). Com a vitória de ontem, já soma 54.
O líder do ranking também conseguiu diminuir a desvantagem que ostenta contra Nadal, número dois. Em 13 confrontos, só tem cinco vitórias.
"É uma boa rivalidade", afirmou Federer, número um do mundo desde fevereiro de 2004. "Estamos juntos no topo do ranking há mais de cem semanas, construindo uma das grandes rivalidades do tênis."
Nadal ocupa o segundo posto desde julho de 2005. Dos 13 confrontos protagonizados pelos dois, 10 aconteceram em finais, sendo quatro deles em decisões de Grand Slams.
O pentacampeão de Wimbledon acumula agora 11 títulos de Grand Slam, ao lado do próprio Borg e do australiano Rod Laver (vencedor nos anos 60).
À frente deles, somente o australiano Roy Emerson (12) e o americano Pete Sampras (14).
"Eu adoraria igualar este recorde", afirmou Federer, referindo-se ao americano. "Pete Sampras é talvez o maior jogador que nós tivemos. Estar no mesmo nível de Sampras, meu antigo ídolo, é algo incrível, mas ainda não estou lá."
Aos 25 anos, o suíço diz que a lista das coisas "a fazer" ainda o motiva. "Nunca venci Paris [Roland Garros], a Copa Davis, a Olimpíada e tantos outros torneios que gostaria de ganhar", listou Federer. "Mas se não conseguir vencer todos eles, tudo bem. Estou construindo uma grande carreira."
E Borg, que disse que Federer pode ganhar Wimbledon até oito vezes, fez outra previsão. "Ele é tão completo, que, se conseguir ficar longe das contusões e mantiver a motivação, vai ser o maior da história."


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