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FUTEBOL
Treinador encontra hoje com Ricardo Teixeira e depois dá entrevista em que deve anunciar se fica ou sai da seleção
Papo com "amigo" define futuro de Scolari
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Uma afinidade "de pele" entre
Luiz Felipe Scolari e Ricardo Teixeira, como definiu um dirigente
da CBF, é a aposta do dirigente
para convencer o treinador a permanecer na seleção brasileira.
Hoje, na hora do almoço, os
dois se reúnem no Rio para conversar. Às 16h, Scolari concederá
uma entrevista coletiva na nova
sede da CBF, quando se espera
que ele anuncie sua decisão e ponha fim à novela iniciada no dia 1º
de julho, um dia após a seleção ter
ganho o pentacampeonato mundial no Japão.
Segundo a Folha apurou com
interlocutores de Teixeira e Scolari, a confiança e admiração mútuas criada desde que o técnico assumiu o cargo, em junho do ano
passado, possibilitam que o encontro seja determinante para o
desfecho da história.
Nos últimos dias, o próprio Scolari afirmou que ele e Teixeira irão
conversar "como pessoas que têm
uma amizade tão grande".
Até ontem o técnico estava indeciso. De um lado, sofre pressões
de sua família e de amigos para
abandonar o cargo. De outro, fica
excitado com o desafio de continuar. Tudo vai depender do que
ouvir de Teixeira em relação à sua
autonomia na seleção, ao seu salário (a CBF vai lhe propor uma redução) e aos planos para o futuro.
"Tenho primeiro que ver o presidente, ver o que ele imagina, o
que é que mais ou menos pode ter
em mente para os amistosos, para
futuros empreendimentos da seleção, também a sequência de trabalho", disse ontem Scolari.
Ele pretende, antes de tomar
uma decisão, ""ouvir o que o presidente acha mais correto". A partir
disso, estabelecerá seus projetos.
O técnico gostaria de controlar
todas as seleções brasileiras e de
ter mais influência no planejamento do time principal. Também vê com alegria a chance de
disputar uma Olimpíada apenas
com atletas de até 23 anos.
"Pelo que eu conheço dele [de
Scolari] e do Ricardo [Teixeira],
os dois vão se acertar, e o Felipe fica. Ele adorou trabalhar com o Ricardo, e o Ricardo adorou trabalhar com ele", opinou o presidente da Federação Gaúcha, Emídio
Perondi, um dos poucos amigos
do treinador que apostam na tendência da permanência.
Mas, apesar da importância da
conversa, a palavra final de Scolari pode ser mais uma vez adiada
-a reunião de hoje trocou duas
vezes de data. O técnico admitiu
ontem, em Porto Alegre, que a
novela pode ser estendida por
mais alguns dias.
Questionado em entrevista coletiva na Santa Casa de Misericórdia se o apoio dos torcedores poderia influenciar na sua decisão,
Scolari disse: "Claro que ajuda.
Há tantas coisas que acontecem
em torno de projetos, mas até
amanhã eu tenho de esperar, ou
quem sabe mais à frente ainda".
Para as próximas convocações e
para uma eventual permanência
na seleção, o treinador pretende
utilizar a mesma base que venceu
a Copa de 2002.
Já no amistoso do próximo dia
21, contra o Paraguai, em Fortaleza, a equipe que começará jogando será a mesma que derrotou a
Alemanha na final do Mundial.
Outros jogadores do grupo
também serão aproveitados. O
objetivo é utilizar o maior número possível de convocados.
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