São Paulo, sexta-feira, 09 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Treinador encontra hoje com Ricardo Teixeira e depois dá entrevista em que deve anunciar se fica ou sai da seleção

Papo com "amigo" define futuro de Scolari

DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Uma afinidade "de pele" entre Luiz Felipe Scolari e Ricardo Teixeira, como definiu um dirigente da CBF, é a aposta do dirigente para convencer o treinador a permanecer na seleção brasileira.
Hoje, na hora do almoço, os dois se reúnem no Rio para conversar. Às 16h, Scolari concederá uma entrevista coletiva na nova sede da CBF, quando se espera que ele anuncie sua decisão e ponha fim à novela iniciada no dia 1º de julho, um dia após a seleção ter ganho o pentacampeonato mundial no Japão.
Segundo a Folha apurou com interlocutores de Teixeira e Scolari, a confiança e admiração mútuas criada desde que o técnico assumiu o cargo, em junho do ano passado, possibilitam que o encontro seja determinante para o desfecho da história.
Nos últimos dias, o próprio Scolari afirmou que ele e Teixeira irão conversar "como pessoas que têm uma amizade tão grande".
Até ontem o técnico estava indeciso. De um lado, sofre pressões de sua família e de amigos para abandonar o cargo. De outro, fica excitado com o desafio de continuar. Tudo vai depender do que ouvir de Teixeira em relação à sua autonomia na seleção, ao seu salário (a CBF vai lhe propor uma redução) e aos planos para o futuro.
"Tenho primeiro que ver o presidente, ver o que ele imagina, o que é que mais ou menos pode ter em mente para os amistosos, para futuros empreendimentos da seleção, também a sequência de trabalho", disse ontem Scolari.
Ele pretende, antes de tomar uma decisão, ""ouvir o que o presidente acha mais correto". A partir disso, estabelecerá seus projetos.
O técnico gostaria de controlar todas as seleções brasileiras e de ter mais influência no planejamento do time principal. Também vê com alegria a chance de disputar uma Olimpíada apenas com atletas de até 23 anos.
"Pelo que eu conheço dele [de Scolari] e do Ricardo [Teixeira], os dois vão se acertar, e o Felipe fica. Ele adorou trabalhar com o Ricardo, e o Ricardo adorou trabalhar com ele", opinou o presidente da Federação Gaúcha, Emídio Perondi, um dos poucos amigos do treinador que apostam na tendência da permanência.
Mas, apesar da importância da conversa, a palavra final de Scolari pode ser mais uma vez adiada -a reunião de hoje trocou duas vezes de data. O técnico admitiu ontem, em Porto Alegre, que a novela pode ser estendida por mais alguns dias.
Questionado em entrevista coletiva na Santa Casa de Misericórdia se o apoio dos torcedores poderia influenciar na sua decisão, Scolari disse: "Claro que ajuda. Há tantas coisas que acontecem em torno de projetos, mas até amanhã eu tenho de esperar, ou quem sabe mais à frente ainda".
Para as próximas convocações e para uma eventual permanência na seleção, o treinador pretende utilizar a mesma base que venceu a Copa de 2002.
Já no amistoso do próximo dia 21, contra o Paraguai, em Fortaleza, a equipe que começará jogando será a mesma que derrotou a Alemanha na final do Mundial.
Outros jogadores do grupo também serão aproveitados. O objetivo é utilizar o maior número possível de convocados.


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