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FUTEBOL
Na segunda divisão, Palmeiras e Lusa devem ter hoje maior público do confronto nos últimos 30 anos de Brasileiro
Série B engrandece o clássico paulista
MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Série B, Palmeiras e Lusa disputam o clássico mais importante
da história do confronto nos últimos 30 anos de Brasileiro. Parece
exagerado? Pode até ser, mas o fato é que os dois times hoje, bem
quando participam da segunda
divisão, devem atrair o maior público do jogo em Nacionais desde
1973, quando Ademir da Guia
ainda comandava os alviverdes e
Enéas, os lusos.
Para que a partida de hoje às 16h
atinja esse recorde, o jogo precisa
levar cerca de 23 mil torcedores ao
Parque Antarctica. "Fácil. Com
sol, esperamos pelo menos 25
mil", diz Márcio Trevisan, assessor de imprensa do Palmeiras.
Mais que isso, só no Brasileiro de
73, em que 46.464 pessoas viram
no Pacaembu os dois gols do palmeirense Leivinha.
"Os torcedores estão mostrando uma paixão absurda pelo clube. Estamos na segunda divisão, e
a torcida lota estádio dessa maneira", diz o palmeirense Magrão.
"Agora se dá um grande valor à
segunda divisão, a torcida lota o
estádio, o campeonato está muito
mais falado. Tão falado que um
clássico como esse aparece como
se fosse um jogo da primeira divisão", diz o goleiro Marcos.
O aparecimento do torcedor
nos momentos de crise do clube
não é novidade. O Palmeiras x Lusa com maior público nos últimos
dez anos foi justamente no ano
passado. Em 2002, 22.180 pessoas
viram a vitória do Palmeiras por 2
a 1, no Parque Antarctica. Os jogadores do time da casa, então lanterna do campeonato, haviam
convocado a torcida para ajudar
superar a fase difícil. "Era um momento dramático. A gente estava
tentando fugir do rebaixamento.
Naquela época, o clima era pesado, e o espírito da competição, diferente", explica Muñoz, que
atuou na partida. O resultado tirou a equipe da última posição.
Na Série B, dizem alguns palmeirenses, o jogo perde um pouco do brilho. "Não digo que é um
clássico. Vai ter status de encontro de duas grandes equipes, mas,
na segunda divisão, não vai ser a
mesma coisa que na primeira",
afirma Jair Picerni, técnico do Palmeiras. Magrão concorda: "Clássico mesmo só na Série A".
Já Muñoz, que neste ano ficará
no banco, discorda: "Pela tradição dos clubes, continua sendo
um clássico. São dois times que
sempre serão grandes".
Pelo lado da Lusa, o volante Capitão concorda com o colombiano: "Não muda nada, nem tradição, nem vontade, nem motivação. Muda só o campeonato". "É
sempre um clássico, vai ter estádio cheio, torcida, imprensa. Tudo como antes", diz o atacante
Muller, que estréia hoje pela Lusa.
Novidades
No Palmeiras, o lateral-direito
Baiano fará hoje seu primeiro jogo com a camisa verde, após ser
contratado do Las Palmas, da Espanha. "Pode ser que ele ainda tenha problemas de posicionamento, mas eu confio nele", diz o técnico Picerni. O lateral, por sua
vez, explica que na Espanha atuava como uma espécie de ala avançado e acha que terá problemas na
marcação. "Vamos tentar superar
isso com vontade."
O meia Magrão também volta
ao time, após cumprir suspensão
automática contra o Paulista.
Adãozinho e Alceu formarão a
dupla de volantes. No ataque, Edmílson ganhará nova chance. Muñoz, que era cotado para a vaga,
ficará na reserva. Ele se recuperou
de problemas estomacais, mas
ainda não tem ritmo de jogo.
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