UOL


São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL

Na segunda divisão, Palmeiras e Lusa devem ter hoje maior público do confronto nos últimos 30 anos de Brasileiro

Série B engrandece o clássico paulista

MARCUS VINICIUS MARINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na Série B, Palmeiras e Lusa disputam o clássico mais importante da história do confronto nos últimos 30 anos de Brasileiro. Parece exagerado? Pode até ser, mas o fato é que os dois times hoje, bem quando participam da segunda divisão, devem atrair o maior público do jogo em Nacionais desde 1973, quando Ademir da Guia ainda comandava os alviverdes e Enéas, os lusos.
Para que a partida de hoje às 16h atinja esse recorde, o jogo precisa levar cerca de 23 mil torcedores ao Parque Antarctica. "Fácil. Com sol, esperamos pelo menos 25 mil", diz Márcio Trevisan, assessor de imprensa do Palmeiras. Mais que isso, só no Brasileiro de 73, em que 46.464 pessoas viram no Pacaembu os dois gols do palmeirense Leivinha.
"Os torcedores estão mostrando uma paixão absurda pelo clube. Estamos na segunda divisão, e a torcida lota estádio dessa maneira", diz o palmeirense Magrão.
"Agora se dá um grande valor à segunda divisão, a torcida lota o estádio, o campeonato está muito mais falado. Tão falado que um clássico como esse aparece como se fosse um jogo da primeira divisão", diz o goleiro Marcos.
O aparecimento do torcedor nos momentos de crise do clube não é novidade. O Palmeiras x Lusa com maior público nos últimos dez anos foi justamente no ano passado. Em 2002, 22.180 pessoas viram a vitória do Palmeiras por 2 a 1, no Parque Antarctica. Os jogadores do time da casa, então lanterna do campeonato, haviam convocado a torcida para ajudar superar a fase difícil. "Era um momento dramático. A gente estava tentando fugir do rebaixamento. Naquela época, o clima era pesado, e o espírito da competição, diferente", explica Muñoz, que atuou na partida. O resultado tirou a equipe da última posição.
Na Série B, dizem alguns palmeirenses, o jogo perde um pouco do brilho. "Não digo que é um clássico. Vai ter status de encontro de duas grandes equipes, mas, na segunda divisão, não vai ser a mesma coisa que na primeira", afirma Jair Picerni, técnico do Palmeiras. Magrão concorda: "Clássico mesmo só na Série A".
Já Muñoz, que neste ano ficará no banco, discorda: "Pela tradição dos clubes, continua sendo um clássico. São dois times que sempre serão grandes".
Pelo lado da Lusa, o volante Capitão concorda com o colombiano: "Não muda nada, nem tradição, nem vontade, nem motivação. Muda só o campeonato". "É sempre um clássico, vai ter estádio cheio, torcida, imprensa. Tudo como antes", diz o atacante Muller, que estréia hoje pela Lusa.

Novidades
No Palmeiras, o lateral-direito Baiano fará hoje seu primeiro jogo com a camisa verde, após ser contratado do Las Palmas, da Espanha. "Pode ser que ele ainda tenha problemas de posicionamento, mas eu confio nele", diz o técnico Picerni. O lateral, por sua vez, explica que na Espanha atuava como uma espécie de ala avançado e acha que terá problemas na marcação. "Vamos tentar superar isso com vontade."
O meia Magrão também volta ao time, após cumprir suspensão automática contra o Paulista. Adãozinho e Alceu formarão a dupla de volantes. No ataque, Edmílson ganhará nova chance. Muñoz, que era cotado para a vaga, ficará na reserva. Ele se recuperou de problemas estomacais, mas ainda não tem ritmo de jogo.


Texto Anterior: O que ver na TV
Próximo Texto: Muller completa ciclo de clubes de SP
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.