São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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Ao formar time finalista, São Paulo enfurece rivais

Dos 25 atletas da Libertadores, 8 foram obtidos em disputas com outros times

Dirigentes de Atlético-PR e Goiás acusam falta de ética nas contratações dos cartolas são-paulinos, que dizem agir dentro da lei


RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

RODRIGO MATTOS
TONI ASSIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Tricampeão mundial de clubes, o São Paulo atrai torcedores a cada título. Longe dos gramados, porém, ganha uma longa coleção de detratores.
Para formar seu elenco da Libertadores, os são-paulinos se envolveram em disputas na contratação de oito jogadores.
Cartolas do Goiás e do Atlético-PR atiram contra a diretoria do time do Morumbi. Sem ataques públicos, santistas e palmeirenses mostram irritação.
A principal crítica aos cartolas do Morumbi é a de que aliciam jogadores com contrato.
"É um expediente agressivo que fere o relacionamento entre os clubes", afirma o presidente do Atlético-PR, João Fleury, que acusa o rival de assédio a Aloísio e Dagoberto.
No primeiro caso, a Justiça, até agora, determinou que o atleta fique no São Paulo.
Documentação obtida pela Folha mostra que os são-paulinos negociaram com os paranaenses até o fim do ano. Mas, então, contataram o Rubin Kazan, clube russo que detinha os direitos sobre o atacante, sem comunicar o Atlético-PR.
O São Paulo ofereceu US$ 500 mil aos russos, interrompendo negociação dos paranaenses para contratar Aloísio em definitivo. "Eles nos usaram", declara Fleury.
Em outro processo, Dagoberto disse que o São Paulo havia mostrado interesse em contratá-lo. Por isso, tenta romper na Justiça com o Atlético-PR.
"É aliciamento sim. O São Paulo tem um grupo para pegar jogadores. Vamos denunciar o São Paulo na Fifa", ataca o diretor do Goiás Pedro Goulart. As acusações são em relação a Danilo e André Dias. "Foi um assalto", diz Goulart em relação a Danilo. O caso de André Dias está parado na Justiça, onde o São Paulo tem tido vantagem.
Do Palmeiras, o São Paulo tirou Ilsinho e Richarlyson. "O São Paulo não fez nada ilegal", admite o diretor palmeirense Salvador Hugo Palaia. Nos bastidores, entretanto, ele articula tirar um atleta do Morumbi.
Os são-paulinos ainda pegaram Lenílson, que tinha contrato assinado com o Santos. A interlocutores, os santistas se disseram irritados: alegam que os rivais sempre fazem isso.
Alex Dias entrou na Justiça para se desligar do Vasco. Na época, dirigentes vascaínos acusaram o São Paulo de aliciá-lo. Porém o clube paulista pagou R$ 3 milhões aos cariocas, que hoje não reclamam.
"O São Paulo age rigorosamente dentro da lei. Não alicia nenhum jogador. O que acontece é que trabalhamos dentro da realidade atual. As coisas mudaram, e todos têm que se adequar a isso", justifica-se o diretor são-paulino de futebol, João Paulo de Jesus Lopes.


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