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Ao formar time finalista, São Paulo enfurece rivais
Dos 25 atletas da Libertadores, 8 foram obtidos em disputas com outros times
Dirigentes de Atlético-PR
e Goiás acusam falta de ética nas contratações dos cartolas são-paulinos, que
dizem agir dentro da lei
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
RODRIGO MATTOS
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Tricampeão mundial de clubes, o São Paulo atrai torcedores a cada título. Longe dos gramados, porém, ganha uma longa coleção de detratores.
Para formar seu elenco da Libertadores, os são-paulinos se
envolveram em disputas na
contratação de oito jogadores.
Cartolas do Goiás e do Atlético-PR atiram contra a diretoria
do time do Morumbi. Sem ataques públicos, santistas e palmeirenses mostram irritação.
A principal crítica aos cartolas do Morumbi é a de que aliciam jogadores com contrato.
"É um expediente agressivo
que fere o relacionamento entre os clubes", afirma o presidente do Atlético-PR, João
Fleury, que acusa o rival de assédio a Aloísio e Dagoberto.
No primeiro caso, a Justiça,
até agora, determinou que o
atleta fique no São Paulo.
Documentação obtida pela
Folha mostra que os são-paulinos negociaram com os paranaenses até o fim do ano. Mas,
então, contataram o Rubin Kazan, clube russo que detinha os
direitos sobre o atacante, sem
comunicar o Atlético-PR.
O São Paulo ofereceu US$
500 mil aos russos, interrompendo negociação dos paranaenses para contratar Aloísio
em definitivo. "Eles nos usaram", declara Fleury.
Em outro processo, Dagoberto disse que o São Paulo havia
mostrado interesse em contratá-lo. Por isso, tenta romper na
Justiça com o Atlético-PR.
"É aliciamento sim. O São
Paulo tem um grupo para pegar
jogadores. Vamos denunciar o
São Paulo na Fifa", ataca o diretor do Goiás Pedro Goulart. As
acusações são em relação a Danilo e André Dias. "Foi um assalto", diz Goulart em relação a
Danilo. O caso de André Dias
está parado na Justiça, onde o
São Paulo tem tido vantagem.
Do Palmeiras, o São Paulo tirou Ilsinho e Richarlyson. "O
São Paulo não fez nada ilegal",
admite o diretor palmeirense
Salvador Hugo Palaia. Nos bastidores, entretanto, ele articula
tirar um atleta do Morumbi.
Os são-paulinos ainda pegaram Lenílson, que tinha contrato assinado com o Santos. A
interlocutores, os santistas se
disseram irritados: alegam que
os rivais sempre fazem isso.
Alex Dias entrou na Justiça
para se desligar do Vasco. Na
época, dirigentes vascaínos
acusaram o São Paulo de aliciá-lo. Porém o clube paulista pagou R$ 3 milhões aos cariocas,
que hoje não reclamam.
"O São Paulo age rigorosamente dentro da lei. Não alicia
nenhum jogador. O que acontece é que trabalhamos dentro da
realidade atual. As coisas mudaram, e todos têm que se adequar a isso", justifica-se o diretor são-paulino de futebol,
João Paulo de Jesus Lopes.
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