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Fla domina e se renova no Brasileiro
Clube fatura 70% dos ouros e exibe frutos das mudanças na ginástica
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DE SÃO PAULO
Tudo bem que Jade Barbosa, Victor Rosa e Diego e Daniele Hypólito ajudaram.
Mas a supremacia do Flamengo no Brasileiro de ginástica artística retrata a revolução pela qual tem passado a modalidade no clube.
Ao mesmo tempo em que
faturou 10 dos 14 ouros em jogo no torneio em Vitória (ES),
o Flamengo ostentou trunfos
que vão da recuperação de
ginastas e da saúde financeira até a revelação de talentos
e o investimento na base.
"Este Brasileiro, em que
vencemos após três anos como vice, marca a nova era na
ginástica do clube", diz o técnico Ricardo Pereira, ao citar
o título da equipe feminina.
Os novos tempos exibem
como carro-chefe, primeiro,
o desafogo financeiro.
Após ter as verbas cortadas em 2009 e ter corrido o
risco de perder técnicos e
atletas, a ginástica artística
do Flamengo, sob comando
de Patrícia Amorim, obteve
patrocínios, sanou salários
atrasados e investiu na base.
"Podemos dizer que a ginástica no clube teria que
consumir R$ 80 mil por mês.
Gastamos cerca de R$ 55 mil,
e 90% desse valor vem dos
patrocínios [de BMG e UTE]",
diz a vice de esportes olímpicos do clube, Cristina Callou.
Ao mesmo tempo em que
resolveu a questão financeira, o clube conseguiu, sem
alardes, recuperar os maiores nomes no feminino: Jade
Barbosa e Daniele Hypólito.
A primeira, mesmo sem estar
100%, voltou à seleção. A segunda perdeu peso, retomou
a forma e foi o maior nome do
Brasileiro, com quatro ouros.
O clube ainda contratou
atletas de seleção, entre elas
Ana Claúdia Silva e Khiuane
Dias, que já treinaram com o
ucraniano Oleg Ostapenko.
"Nosso problema nunca
foi técnico. E hoje não vivemos mais só da Jade e da Daniele", diz Pereira, afirmando que a estabilidade financeira trouxe mais segurança.
O Flamengo atraiu a atenção da confederação, que já
levou as seleções masculina
e feminina para treinar na
Gávea. "O potencial do clube
foi o destaque do Brasileiro",
diz Klayler Mourthé, supervisor de seleções CBG.
Para o Pré-Pan, que ocorre
no final do mês, metade da
seleção feminina vai ser formada por atletas do Fla.
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